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40 anos da FLAD entre o "City of Glass" em Lisboa e "Amália na América" em Nova Iorque

Programa começa dia 20, data da criação da fundação que visa reforçar os laços entre Portugal e EUA, com um concerto no Palácio da Ajuda, e termina a 11 de outubro com um espetáculo no Carnegie Hall.

© Facebook da FLAD - Fundação Luso-Americana

A 11 de outubro, o concerto de encerramento das celebrações dos 40 anos da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) vai levar ao Carnegie Hall de Nova Iorque o concerto Amália na América. Além do Fado. Um regresso da fadista à Broadway, agora com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e pelas vozes de Ricardo Ribeiro, Raquel Tavares e Sofia Branco, que David Lopes acredita vá levar a diáspora portuguesa na América a “encher o auditório mais mítico de Nova Iorque, com quase três mil pessoas”. Um momento que o coordenador da comissão dos 40 anos da FLAD antecipa como “mágico”.

Ora, se terminam em Nova Iorque, as celebrações dos 40 anos da FLAD - “pensadas ainda antes das eleições americanas e independentes desse resultado”, como recordou o presidente da fundação, Nuno Morais Sarmento - começam já no próximo dia 20 aqui em Lisboa, precisamente centradas na fronteira que une Portugal e os EUA: o oceano Atlântico. O Museu Nacional dos Coches vai receber a conferência Breathing With the Ocean, dedicada aos oceanos e que contará com a participação de Tiago Pitta e Cunha, administrador executivo da Fundação Oceano Azul, de Peter Heffernan, Ocean Ambassador e antigo CEO do Marine Institute Ireland, e de Mark J. Spalding, presidente da Ocean Foundation. Um arranque que vai culminar com um Jantar no Palácio da Ajuda, seguido do concerto City of Glass. Composto por Daniel Bernardes, com base na Trilogia de Nova Iorque de Paul Auster, esta peça de 50 minutos é “uma viagem cosmopolita sobre a obra” do escritor, falecido em abril do ano passado, “muito pensada para Nova Iorque, mas desenvolvida, composta e tocada por artistas portugueses e cantada pelo Coro Ricercare”, acrescentou ainda David Lopes.

Ao longo dos próximos seis meses, o programa das celebrações vai focar-se em celebrar o legado de uma fundação criada em 1985 para reforçar os laços entre Portugal e os EUA em áreas como ciência, tecnologia, educação, cultura e desenvolvimento económico, promover o diálogo e colaboração entre os dois países e dar visibilidade ao trabalho de investigadores, artistas e instituições que têm contribuído para o desenvolvimento de Portugal e para o fortalecimento das relações luso-americanas.

Ainda em maio, mas a 27, a conferência Orgulhosamente Acompanhados vai, por exemplo, destacar o papel de Mário Soares na aproximação entre os dois países, coincidindo com o centenário do antigo primeiro-ministro e antigo presidente. Terá sido mesmo ali, em frente da sede da FLAD, na residência do embaixador dos EUA, na Lapa, que Soares se reuniu várias vezes, durante o Verão Quente de 1975, com o embaixador Frank Carlucci, que procurava garantir que o país saído da Revolução de 1974 se consolidava como democracia e se mantinha ao lado dos EUA. Momentos que serão, com certeza, evocados durante a conferência organizada em parceria com o Instituto Diplomático e o Instituto Camões.

Entre outros eventos, junho será o momento de assinalar os 230 anos do Consulado dos EUA nos Açores, o mais antigo no mundo em laboração contínua. No dia 27, Ponta Delgada receberá um evento que deverá contar com a presença da cônsul Margaret Campbell. Isto, como reconheceu Nuno Morais Sarmento, “se ainda houver consulado” nesse momento, numa alusão às notícias que deram conta da intenção da Administração de Donald Trump de encerrar o consulado em Ponta Delgada.

Em julho, o dia 4 é nos EUA o Dia da Independência. E esse será também o nome do vinho da Madeira que a FLAD vai lançar por essa ocasião, num piscar de olho aos Pais Fundadores dos EUA que brindaram à independência com vinho da Madeira naquele 4 de julho de 1776, em Filadélfia.

Depois de uma pausa em agosto, o programa retoma em setembro, com a Conferência Internacional das Lajes, que assinala os 30 anos do Acordo das Lajes e os 80 anos do fim da II Guerra Mundial. Este evento vai decorrer na Praia da Vitória, na Ilha Terceira.

Cortes dos apoios diretos dos EUA sem impacto direto

Questionado sobre o impacto que a política da Administração norte-americana, de reduzir apoios, poderia ter na FLAD, Nuno Morais Sarmento garantiu que, “diretamente, nenhum”. O presidente da fundação garantiu que, “neste tempo especialmente exigente”, a FLAD irá procurar “manter as pontes que existem”. E recordou que a fundação não depende de qualquer financiamento público, saindo o seu orçamento anual do fundo criado em 1985 no momento da sua fundação. “Não dependemos de nada, nem na relação com o Estado português, nem na relação com o Estado norte-americano, portanto, a nossa missão e as nossas condições continuam absolutamente imperturbadas, quaisquer que sejam as trepidações que aconteçam.”

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por Helena Tecedeiro in Diário de Notícias | 7 de maio de 2025
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias
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