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Prémio Miguel Torga para Manuel Alegre e "Memórias Minhas"

Com Memórias Minhas, publicado pela Dom Quixote em abril de 2024, Manuel Alegre acaba de ser anunciado vencedor da 4.ª edição do Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores, com o patrocínio da Câmara Municipal de Coimbra.

O júri, constituído por António Pedro Pita, Paula Mendes Coelho e Salvato Teles de Menezes decidiu por maioria e justificou assim a sua decisão: “Memórias Minhas, de Manuel Alegre, que, inscrevendo-se numa linhagem autobiográfica, exprime, nos diferentes tempos, trilhos e registos estéticos de um percurso singular, uma muito vigorosa notação dos contextos histórico-sociais, culturais e políticos das nossas últimas décadas como país. Com a sua identidade de escrita, Manuel Alegre propõe ao leitor caminhos de desvendamento e partilha que se tornam instância notável de diálogo e fruição.”

Memórias Minhas, que pouco depois de ser lançado chegou rapidamente à 4.ª edição, é o livro onde estão inscritos fragmentos das memórias de Manuel Alegre, que na verdade não são exclusivamente suas, são também as memórias de várias gerações de portugueses, memórias de um certo Portugal, que vão desde o tempo do país triste e cinzento do período salazarista até ao país radiante e luminoso do 25 de Abril e da Liberdade. São, por isso, de certo modo, memórias de todos nós.  

A atribuição do Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga a Memórias Minhasrepresenta pois a justa consagração de um livro “essencial”, segundo São José Almeida, que é também, nas palavras de Miguel Sousa Tavares, “o testemunho de uma vida plena, entre a poesia, o romance, a intervenção política, a participação cívica e a arte de viver.” Já Maria João Avillez, depois de o ler, escreveu o seguinte sobre Memórias Minhas: «Mas raro é ainda poder “ouvir” alguém falar-nos assim de Portugal: sim, o livro também é Os Lusíadas do avesso. Um patriota insubmisso.»

Manuel Alegre nasceu a 12 de maio de 1936 em Águeda.

A sua vasta obra literária, que inclui o romance, o conto, o ensaio, mas sobretudo a poesia, tem sido amplamente difundida e aclamada.

Foram-lhe atribuídos os mais distintos prémios literários: Grande Prémio de Poesia da APE-CTT, Prémio da Crítica Literária da AICL, Prémio Fernando Namora e Prémio Pessoa, em 1999.

O seu livro de poemas Doze Naus conquistou o Prémio D. Dinis.

Em 2014, recebeu o Prémio Amália da Fundação Amália Rodrigues e, em 2016, o Prémio Vida Literária da APE e o Prémio de Consagração de Carreira da SPA.

No mesmo ano, o seu livro de poemas Bairro Ocidental teve direito ao Grande Prémio de Literatura dst.

Em 2017, foi distinguido com o Prémio Camões e, em 2019, com o Prémio Vida e Obra da SPA.

Quando, publicado em 2021, arrecadou o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa.

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