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A mulher em busca do seu lugar
Terceiro romance publicado por Annie Ernaux e já com inspiração autobiográfica, A Mulher Suspensa proporciona uma reflexão sobre o modelo feminino tradicional.

Com a lucidez que se tornaria marca distintiva da escrita da autora, Annie Ernaux mostra como, desde cedo, a filha de um casal de merceeiros cresceu convivendo com mulheres fortes e com a convicção de que o estudo era o motor para a emancipação social, até por fim se ver a ocupar o lugar de esposa e mãe - um papel marcado pela renúncia às suas ambições.
À medida que a consciência dessa condição se adensa, emerge um conflito entre a obediência ao modelo feminino da classe social a que ascendeu e o desejo de autonomia intelectual e emocional que foram a base do seu desenvolvimento.
Ao dar voz às angústias de uma mulher suspensa pelas tarefas de uma domesticidade inevitável, a vencedora do prémio Nobel da Literatura construiu há mais de quarenta anos uma narrativa de ressonância atual.
O livro já se encontra disponível nas livrarias.
SOBRE O LIVRO
A Mulher Suspensa
Ela é uma mulher de trinta anos, professora, casada e mãe de duas crianças. A sua casa é agradável e o quotidiano, seguro. Como tantas outras mulheres, também ela se vê atarefada entre a ida às compras, a preparação do jantar, o banho dos filhos, a organização do trabalho do dia seguinte - tudo num ciclo maquinal, sem curiosidade, excitação ou felicidade. Aquilo que aos olhos dos outros corresponde à vida normal de uma mulher está, no entanto, a corroê-la. Sente-se suspensa. Publicado originalmente em 1981, este é um romance de interrogação sobre o crescimento e o lugar social da mulher, que habilmente questiona a relação entre ascensão intelectual e económica e emancipação feminina. Um trabalho fundacional na obra de Annie Ernaux.
Ver primeiras páginas
Título: A Mulher Suspensa
Autora: Annie Ernaux
Tradução: Maria Etelvina Santos
N.º de Páginas: 192
PVP: 17,75€
Coleção: Dois Mundos
SOBRE A AUTORA

Annie Ernaux nasceu em Lillebonne, na Normandia, em 1940, e estudou nas universidades de Rouen e de Bordéus, sendo formada em Letras Modernas. É atualmente uma das vozes mais importantes da literatura francesa, destacando-se por uma escrita onde se fundem a autobiografia e a sociologia, a memória e a história dos eventos recentes. Galardoada com o Prémio de Língua Francesa (2008), o Prémio Marguerite Yourcenar (2017), o Prémio Formentor de las Letras (2019) e o Prémio Prince Pierre do Mónaco (2021) pelo conjunto da sua obra, destacam-se os seus livros Um Lugar ao Sol (1984), vencedor do Prémio Renaudot, e Os Anos (2008), vencedor do Prémio Marguerite Duras e finalista do Prémio Man Booker Internacional. Em 2022, Annie Ernaux foi distinguida com o Prémio Nobel de Literatura.