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Cortiçada Art Fest convida a uma viagem a um país distante em Oleiros
Uma performance inspirada na viagem do padre António de Andrade ao Tibete é o destaque do 4.º Cortiçada Art Fest, que acontece em Oleiros, no distrito de Castelo Branco, de hoje a domingo.

A aventura do padre jesuíta, o primeiro europeu a chegar ao Tibete, em 1624, é o tema central da criação que envolve artistas convidados e comunidade e cujo resultado será apresentado no sábado, ao longo do trilho junto à Ribeira de Oleiros, com a obra “Moongate” como protagonista.
“A performance é uma viagem a um país distante, que é o tema porque estamos junto à ‘Moongate’”, obra de arte contemporânea inaugurada em 2020, junto à Ribeira de Oleiros, no âmbito do projeto Museu Experimenta Paisagem (MEP), e que “é inspirada não só na resina, que já foi uma fonte de riqueza na região do Oleiros, mas também nas cartas do padre António de Andrade, o oleirense que foi o primeiro europeu a chegar ao Tibete”, explicou à agência Lusa Marta Aguiar, organizadora do Cortiçada Art Fest.
A aventura do padre António de Andrade, que nasceu em Oleiros em 1580 e morreu em Goa, na Índia, em 1634, inspira o espetáculo que será estreado na noite de sábado.
“O que vai acontecer talvez seja mesmo único, porque estamos a preparar uma performance colaborativa e participativa”, que junta estudantes, 15 deles do Politécnico de Milão, de Itália, criativos de várias artes artísticas (dança, som e arquitetura), nacionais e internacionais, e elementos da comunidade, “O processo de trabalho começou em janeiro e envolveu, em residências artísticas, seis artistas com participantes da Academia Sénior de Oleiros, a APPCDM da Sertã, o Grupo de Dança do Agrupamento António de Andrade. Todas estas pessoas vão participar na performance ao ar livre, junto à ‘Moongate’”.
Ao todo, vão juntar-se cerca de 80 elementos, naquilo que “será o lançar de uma nova forma de olhar para aquele lugar”.
O Cortiçada Art Fest é o festival de experiências artísticas do MEP que, desde 2020, tem promovido a circulação de pessoas no interior do país, procurando fomentar o desenvolvimento integrado e sustentável da região.
O MEP, nascido na sequência dos incêndios de 2017, é um museu sem paredes nos territórios do interior da região Centro de Portugal, aberto e de acesso livre à experiência integrada de usufruir da criação contemporânea e das paisagens culturais desta região.
Em 2025, o Cortiçada promove cinco dias com ‘workshops’ multidisciplinares (da arquitetura ao cabrito estonado), performances, exposição e outras atividades na área envolvente à obra “Moongate”, na Ribeira de Oleiros.
Outra das atividades desta edição será a intervenção efémera nas margens da ribeira a partir dos tropeços, bancos de cortiça, feitos à mão, típicos da região.
Entretanto, a organização prepara já o próximo Cortiçada Art Fest.
“O próximo ano vai ser importante, porque é o encerramento do projeto Landscape Together”, salientou Marta Aguiar.
Para 2026 está a ser preparada uma programação com “uma grande escala e vários parceiros internacionais”.
Certo é que Salvaterra do Extremo, em Idanha-a-Nova, será um dos destinos, para inauguração de uma nova obra do MEP, pelo coletivo francês Yok Yok.
Fonte: LUSA | 2 de julho de 2025