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Gonçalo M. Tavares é o comissário literário da nova exposição do Soares dos Reis

“Horizontes Partilhados: Viagens e Transformações” é a exposição que abre esta quinta-feira no Museu Nacional Soares dos Reis. Podem ser vistas, pela primeira vez, muitas peças das reservas. A mostra propõe uma reflexão sobre a viagem e as mudanças culturais e sociais que o conhecimento do outro provocam.

© José Coelho/Lusa

“Viajamos porque nada no mundo nos consola por completo, nenhum espaço, nenhuma pessoa, nenhuma ideia, nenhum projeto. É preciso sair do lugar.” As palavras são do escritor Gonçalo M. Tavares e poderá cruzar-se com elas na exposição “Horizontes Partilhados: Viagens e Transformações” que abre dia 10 no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto.

Até 22 de novembro a exposição que reúne duas centenas de peças pretende lançar uma reflexão. Em tempo de intolerâncias, explica ao Ensaio Geral da Renascença, o diretor António Ponte, interessa “perceber de que forma é que a viagem, e as viagens dos portugueses para fora, mas também de estrangeiros para Portugal, influenciaram o modo de nos vermos uns aos outros”.

Com comissariado científico de Ana Bárbara Barros, José da Costa Reis e Paula Fortuna Oliveira, da equipa do museu, a exposição reúne 230 peças em três núcleos, um dedicado aos “Objetos e Viajantes”, outro sobre “O Olhar (d)o Outro” e um terceiro sobre as “Contaminações”.

António Ponte sublinha a importância de compreender de que forma as viagens podem “provocar um conjunto de alterações culturais e sociais nas dinâmicas do país”.

Questionado sobre a pertinência do tema e a sua atualidade, o diretor do museu refere que querem abordar a questão de “forma séria” e gerando uma “discussão” sobre “a inclusão do outro no discurso”.

Nas salas do museu que contam com textos assinados por Gonçalo M. Tavares, o público vai poder ver peças que na sua maioria saíram da reserva. Poucas são as obras que são da exposição permanente, indica António Ponte.

“Temos um conjunto de tapeçarias do século XVII fenomenal, uma peça têxtil também da Índia, em fio de ouro, que é extraordinária, depois também um largo conjunto de pinturas, gravuras do nosso acervo que conseguem ilustrar todos estes fenómenos, para além de um conjunto de peças de porcelanas e de mobiliário”, explica o responsável.

“Tem um grande interesse também porque tem peças da nossa reservas que muito poucas vezes, ou, algumas, nunca foram expostas e, portanto, a exposição também tem esse fator de interesse”, sublinha Ponte.

Esta exposição que se apresenta ao público como uma mostra “para dar de comer ao pensamento” soma a escrita de Gonçalo M. Tavares, um autor que segundo o diretor gosta de escrever sobre “a questão da viagem e a transformação que a viagem opera no ser humano”.

“São três os núcleos da exposição que abrem sempre com um texto escrito pelo Gonçalo M. Tavares que olhou para a coleção, para os objetivos da exposição, e fez um conjunto de textos de altíssimo interesse que consideramos que serão uma grande mais-valia para esta exposição”, destaca António Ponte.

Aberta de terça a domingo, das 10h00 às 18h00, a exposição patente de 10 julho a 22 de novembro tem entrada livre para residentes em Portugal, ao abrigo do programa do Ministério da Cultura “Acesso 52” que prevê bilhete grátis, 52 dias por ano, em qualquer dia da semana, em museus, monumentos e palácios nacionais.


por Maria João Costa in Renascença | 10 de julho de 2025
Notícia no âmbito da parceira Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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