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Ricardo Reis Soares apresenta novo single "A Velha Bailarina"
Ricardo Reis Soares nasceu em Braga e vive em Lisboa. Muito novo teve aulas de piano e mais tarde descobriu na guitarra uma confidente ouvinte das suas histórias. Passou pela Academia Valentim de Carvalho e estudou jazz no Hot Clube de Portugal.

Músico, compositor, traz para as suas canções a sua interpretação do mundo através da sensibilidade de quem o escuta devagar, o olha através dos detalhes e conta histórias através de seus personagens reais e fictícios. O quotidiano, as coisas mais simples do dia a dia, têm sido o que mais o inspira a compor e a escrever. O primeiro EP Contra tempo sairá no final deste ano, com produção de Miguel Marôco.
“A velha bailarina” é o título da canção e terceiro single partilhado pelo cantautor. Retrata a história de uma mulher idosa, bailarina, cuja passagem do tempo não a esqueceu. Ela encontra-a em cada gesto e em cada movimento do seu próprio corpo. Retrata a velhice e como esta se faz notar não só fisicamente como na perspetiva com que o mundo pode ser olhado na sua presença.
O videoclipe, cujas filmagens decorreram no theatro-club na Póvoa de Lanhoso, em Braga, foi realizado por Luís Castro e conta com duas participações especiais: a talentosa bailarina Margarida Braz e a avó Guida, avó de Ricardo Reis Soares.
Ao vivo, Ricardo Reis Soares apresenta-se tanto a solo como com a sua banda. Enquanto o disco não sai, podem ouvir algumas das novas canções nos seguintes concertos em Lisboa: 19 de julho na Cossoul e 3 de agosto na Tasca das Artes em Lisboa.
Letra:
Um sopro cansado no silêncio
Solta memórias que o velho tempo
Desfaz em pó
O rosto pesado de momentos
Grita as histórias que o velho medo
Refaz tão só
Fecho os olhos, já não sei
Se o meu corpo balança
Se roda no vazio
Mesmo que encharcado e frio
Embalo as horas só para ver
Se o pé descalço dança
Se enche o céu de flores
Espalhe cores num só Rodopio
E me lembre quem sou
As mãos enrugadas, desalento
Vestido amarrotado que já não assenta
Já não serve bem
O corpo curvado e sedento
Dum palco iluminado, uma plateia atenta
Não se vê ninguém
Fecho os olhos, já não sei
Se o meu corpo balança
Se roda no vazio
Mesmo que encharcado e frio
Embalo as horas só para ver
Se o pé descalço dança
Se enche o céu de flores
Espalhe cores num só Rodopio
E me lembre quem sou
Bengala ao chão
Cabelo ao vento
Talvez canção
Talvez lamento
Se mais não digo
Falo do tempo
Dos males antigos
Sacudo o medo
São horas demasiado lentas
Contra a pressa de cada dia
Se a memória não me falha
Já Saramago dizia
E sem querer incomodar
Só uma coisa vos pedia
Neste resto de solidão
Um resto de companhia