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Cinema Ideal em Lisboa exibe 11 filmes para celebrar 11 anos
Os 11 anos de existência do Cinema Ideal, em Lisboa, são assinalados a partir de quinta-feira “com um programa extenso e muito especial” que inclui cinema português restaurado e sessões dedicadas à Palestina.

O aniversário é celebrado a partir de quinta-feira e até à próxima semana, com 11 filmes, com particular destaque para três obras portuguesas que foram digitalizadas recentemente pela Cinemateca Portuguesa e que foram “muito pouco vistas nas últimas décadas”.
São elas “Nós por cá todos bem” (1977), de Fernando Lopes, que será apresentada pelo antigo diretor da Cinemateca José Manuel Costa, “Onde Bate o Sol” (1989), de Joaquim Pinto, com apresentação de Inês de Medeiros, autarca de Almada, ex-atriz e que trabalhou no filme, e ainda “Três Irmãos” (1994), de Teresa Villaverde, que estará na sessão.
O Cinema Ideal também volta a mostrar o cinema restaurado dos realizadores António Reis e Margarida Cordeiro, com “Trás-os-Montes” (1976), “Ana” (1982), “Rosa de Areia” (1989) e “Jaime” (1974).
Destaca-se ainda o ciclo com todos os filmes do escritor e realizador francês Guy Debord (1931-1994), “figura central da Internacional Situacionista e da Internacional Letrista”, e que estavam inéditos no circuito comercial em Portugal.
A curta-metragem “Sobre a Passagem de Algumas Pessoas Através de uma Breve Unidade de Tempo” (1959), sobre a criação do movimento situacionista, e a longa “A Sociedade do Espetáculo” (1973), a partir do livro homónimo e uma das mais conhecidas obras de Debord, são dois dos filmes a exibir no Ideal.
Olhando para a atualidade e para a Palestina, o Cinema Ideal recupera o documentário israelo-palestiniano “No Other Land” (2024), premiado este ano nos Óscares e que expõe a destruição de casas de cidadãos palestinianos pelo exército israelita, na Cisjordânia.
O filme foi feito pelos realizadores palestinianos Ballal e Basel Adra, ambos residentes na Cisjordânia ocupada, e pelos realizadores israelitas Yuval Abraham e Rachel Szor.
O Ideal acolhe ainda, em antestreia no dia 03 de setembro, o filme “Com a alma na mão”, um diálogo entre a realizadora iraniana exilada Sepideh Farsi e a fotojornalista palestiniana Fatma Hassona, que morreu em abril, pouco antes da estreia no festival de Cannes.
A propósito deste filme, cujas receitas de bilheteira revertem para a família da fotojornalista, a Galeria Monumental, também em Lisboa, vai acolher uma exposição com fotografias de Fatma Hassona, entre os dias 02 e 06 de setembro.
O Ideal é uma das poucas salas de cinema de Lisboa com porta para a rua, fora de um centro comercial.
Está instalado num edifício do século XIX e numa antiga sala de cinema que teve várias vidas ao longo de mais de um século. Chamou-se Salão Ideal, Piolho do Loreto, Cine Camões e Cine Paraíso, até ser recuperado pelo produtor Pedro Borges, da Midas Filmes, reabrindo no final de agosto de 2014.
Fonte: LUSA | 26 de agosto de 2025