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"Desobediência Civil"
Escrito numa altura em que os EUA viviam num regime esclavagista e em que – tal como hoje – ambicionavam a expansão territorial (com a invasão do México), este livro mantém-se amplamente atual: se o Estado, democrático ou não, extravasa as suas competências, e oprime os cidadãos em vez de os servir, não terão estes o dever de se revoltarem?

Confrontado por um cobrador do Estado, que o intimou a pagar seis anos de um imposto que considerava imerecido, Henry David Thoreau recusou-se a obedecer e passou a noite na cadeia. Saiu em liberdade no dia seguinte, furioso com uma tia que lhe terá pagado a multa. Para ele, era tão criminoso o governo que impõe leis injustas, como o homem que se submete passivamente.
Quase dois anos depois, em 1948, o pensador norte americano fez uma palestra onde referiu aquele episódio, mas também o direito (e o dever) à Desobediência Civil.
O texto deu origem a este livro, uma obra breve, que teve um alcance extraordinário e uma influência duradoura, sendo uma das principais referências de Martim Luther King ou Mahatma Gandhi.
“Toda a votação é uma espécie de jogo, como as damas ou o gamão, com uma suave tonalidade moral, um jogo com o certo e o errado, com questões morais; e, naturalmente, acompanhado de apostas. O carácter de quem vota não entra em jogo. Deposita-se o voto, possivelmente, da forma que se julga certa; mas sem a preocupação vital de que essa justeza deva prevalecer. A disposição é deixar a decisão à maioria. E, sendo assim, a obrigação de quem vota nunca ultrapassa a conveniência. Votar pelo que está certo equivale a nada fazer pelo que está certo. Trata-se apenas de manifestar debilmente o desejo de que prevaleça aquilo que se julga certo. Ora, uma pessoa sensata não deixará o que é justo à mercê do acaso, nem desejará que prevaleça pelo poder da maioria. Há escassa virtude na ação das massas.”
Henry David Thoreau (1817 1862) foi um naturalista, ensaísta, poeta e filósofo norte-americano, conhecido sobretudo pelas obras Walden e este Desobediência Civil.
O corpo da sua extensa criação literária revelou se extremamente influente desde então, e tanto inspirou movimentos anarquistas como ecologistas.
Sobre o autor encontrará um perfil completo no final desta edição.
Ensaio
80 páginas
7,50 Euros
ISBN: 978-989-23-6659-3
1.ª Edição: Setembro 2025
Lua de Papel | Leya