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Poetisa e historiadora angolana Ana Paula Tavares vence Prémio Camões 2025
Escritora angolana é autora de uma vasta obra literária em prosa e poesia e de textos científicos.

A poetisa e historiadora angolana Ana Paula Tavares, autora de uma vasta obra literária em prosa e poesia e de textos científicos, venceu o Prémio Camões 2025, anunciou esta quarta-feira, 8 de outubro, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB).
O júri decidiu atribuir o galardão, no valor de 100 mil euros, à “escritora angolana Ana Paula Tavares, distinguindo a sua fecunda e coerente trajetória de criação estética e, em especial o seu resgate de dignidade da Poesia". "O júri sublinhou que, com a dicção do seu lirismo sem concessões evasivas e com os livres compromissos da produção em crónica e em ficção narrativa, a obra de Ana Paula Tavares ganha também relevante dimensão antropológica em perspetiva histórica".
Ana Paula Tavares é a nona mulher a vencer o galardão, depois das brasileiras Rachel Queiroz (1993), Lygia Fagundes Telles (2005) e Adélia Prado, as portuguesas Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Maria Velho da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís (2004) e Hélia Correia (2015) e a moçambicana Paulina Chiziane (2021), o que faz da angolana também apenas a segunda africana a arrecadar o prémio.
A poetisa e historiadora é igualmente a segunda personalidade angolana a vencer o Prémio Camões, seguindo as pisadas de Pepetela (1997) e do lusoangolano José Luandino Vieira (2006), sendo que este último recusou o prémio.
Ana Paula Tavares nasceu em em 1952, no Lubango, Huíla, e é licenciada em História e Mestre em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa pela Universidade de Lisboa.
Entre 1983 e 1985 coordenou o Gabinete de Investigação do Centro Nacional de Documentação Histórica em Luanda e entre 1988 e 1990 foi membro do júri do Prémio Nacional de Literatura de Angola.
A autora faz parte da chamada "geração literária de 80", focando-se sobretudo na condição da mulher na sociedade angolana.
Entre os seus livros de poesia destacam-se Ritos de Passagem (1985), O Lago da Lua (1999) e Dizes-me Coisas Amargas Como os Frutos (2001).
A lista de vencedores do Prémio Camões:
1989 – Miguel Torga, Portugal
1990 – João Cabral de Melo Neto, Brasil
1991 – José Craveirinha, Moçambique
1992 – Vergílio Ferreira, Portugal
1993 – Rachel Queiroz, Brasil
1994 – Jorge Amado, Brasil
1995 – José Saramago, Portugal
1996 – Eduardo Lourenço, Portugal
1997 – Pepetela, Angola
1998 – António Cândido de Mello e Sousa, Brasil
1999 – Sophia de Mello Breyner Andresen, Portugal
2000 – Autran Dourado, Brasil
2001 – Eugénio de Andrade, Portugal
2002 – Maria Velho da Costa, Portugal
2003 – Rubem Fonseca, Brasil
2004 – Agustina Bessa-Luís, Portugal
2005 – Lygia Fagundes Telles, Brasil
2006 – José Luandino Vieira, Portugal/Angola
2007 – António Lobo Antunes, Portugal
2008 – João Ubaldo Ribeiro, Brasil
2009 – Arménio Vieira, Cabo Verde
2010 – Ferreira Gullar, Brasil
2011 – Manuel António Pina, Portugal
2012 – Dalton Trevisan, Brasil
2013 – Mia Couto, Moçambique
2014 – Alberto da Costa e Silva, Brasil
2015 – Hélia Correia, Portugal
2016 – Raduan Nassar, Brasil
2017 – Manuel Alegre, Portugal
2018 – Germano Almeida, Cabo Verde
2019 – Chico Buarque, Brasil
2020 – Vítor Aguiar e Silva, Portugal
2021 – Paulina Chiziane, Moçambique
2022 – Silviano Santiago, Brasil
2023 – João Barrento, Portugal
2024 – Adélia Prado, Brasil
2025 – Ana Paula Tavares, Angola