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"Um Punhado de Flechas"

O terceiro romance da autora argentina publicado pela Dom Quixote, depois de O Nervo Ótico e de Hotel Melancólico, é de uma inteligência rara em que se entrecruzam a arte, a literatura e a vida.

O realizador Francis Ford Coppola viveu algum tempo em Buenos Aires, enquanto rodava o filme Tetro. E recrutou para o tempo da estadia um tradutor que – ele há coisas – era o marido da autora deste livro. Raramente falava com ela, mas, certa noite, durante um jantar em que ficaram os dois sozinhos à mesa, disse-lhe: «O artista vem ao mundo trazendo uma aljava com um número limitado de flechas douradas. Pode atirar todas as flechas ainda em jovem, já adulto ou mesmo na velhice. Também as pode ir atirando pouco a pouco, espaçadas ao longo dos anos. Isso seria ótimo, mas já sabes que o ótimo é inimigo do bom.»

Além de Coppola, Um Punhado de Flechas apresenta vários outros artistas e obras de arte através de episódios da vida da escritora. Entre outros, uma aguarela de Cézanne roubada de um museu de Buenos Aires; a casa de um colecionador; um passeio ao redor do Lago Walden, de Thoreau; as pinturas enigmáticas de Bodhi Wind de piscinas californianas, que apareceram no não menos enigmático filme Três Mulheres, de Robert Altman; algumas fotografias resgatadas de uma mala; as aventuras do pintor Francis Hopkinson e do seu assistente Moon, no México, e uma pintura amaldiçoada de Ticiano escondida em Tzintzuntzan…

Num estilo que rompe as fronteiras entre os géneros literários como acontecia com O Nervo Ótico, numa mescla de narrativa, ensaio e livro de arte, María Gainza continua a explorar novas formas de compreender a escrita e a vida e consolida a sua posição como uma das vozes mais estimulantes do cenário literário contemporâneo.

«Engenhoso e subtil, o primeiro romance de María Gainza, escritora argentina, é um prodígio narrativo na confluência de vários géneros, algures entre a ficção pura e a História da Arte.»
José Mário Silva sobre O Nervo Ótico

«A argentina María Gainza volta a revisitar obras de arte, não como cenários mas como caminhos para o sentido da vida.»
José Riço Direitinho sobre Hotel Melancólico


María Gainza nasceu em Buenos Aires.
Trabalhou como correspondente do The New York Times em Buenos Aires e da ArtNews.
Foi por mais de dez anos colaboradora regular da revista Artforum e do suplemento Radar do jornal Página/12.
Orientou cursos de pintura e oficinas de crítica de arte e coeditou a coleção Los Sentidos, da editora Adriano Hidalgo, sobre arte argentina.
Em 2011 publicou uma seleção de ensaios e apontamentos intitulada Textos Elegidos.
O Nervo Ótico, o seu primeiro livro de ficção, foi publicado em Portugal pela Dom Quixote (2018) e recebeu o aplauso internacional da crítica.
Seguiram-se Hotel Melancólico (2019) e este Um Punhado de Flechas (2025).

Literatura Traduzida
232 páginas
17,70 Euros
ISBN: 978-972-20-8699-8
1.ª Edição: Outubro 2025
Dom Quixote | Leya

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