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"Na Tua Mão" de Hélder Teixeira Aguiar vence Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís 2025

A obra inédita – que será publicada pela Gradiva Publicações, do grupo Guerra e Paz, em parceria com a Estoril Sol, entidade promotora do prémio – venceu por unanimidade o galardão, no valor pecuniário de dez mil euros.

«História de aventura, aprendizagem e superação de dois irmãos de 11 e 17 anos de nacionalidade portuguesa» que, na sequência do desaparecimento da mãe, tentam escapar à perseguição dos cartéis de droga nas regiões conturbadas da Venezuela, Na Tua Mão contém «uma frescura que cativa e uma qualidade de linguagem e construção narrativa que deixa entrever seguimentos literários futuros de grande valia», escreveu em acta o júri presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, e composto por José Manuel Mendes, da Associação Portuguesa de Escritores, Maria Carlos Gil Loureiro, da Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Manuel Frias Martins, da Associação Portuguesa dos Críticos Literários, José Carlos de Vasconcelos e Ana Paula Laborinho, convidados a título individual, e Dinis de Abreu, da Estoril Sol.

Narrado alternadamente pelos dois irmãos, que tentam atravessar a fronteira para a Colômbia pela selva, Na Tua Mão constrói-se, nas palavras de Hélder Teixeira Aguiar, autor da obra, precisamente através das duas jovens vozes que, entre «as suas diferenças e limitações, alcançam sabedoria no meio do caos, acalentando a esperança de que todos os possam ouvir».

«Foi fundamental para mim que cada linha, desde a diáspora venezuelana até ao cenário migratório com as suas rotas e perigos, naturais e humanos, espelhasse a verdade. Se por um lado me inquietou expor esse lado da provação humana, uma proporção significativa vivida por jovens e crianças desacompanhados, por outro, fascinou-me o cruzamento improvável de culturas, incluindo o contacto ocasional com as populações nativas que lá resistem», avançou ainda o autor.

Nascido em 1983 em São João da Madeira, Hélder Teixeira Aguiar licenciou-se em Medicina na Universidade Nova de Lisboa em 2008 e tem um mestrado no King’s College de Londres. A sua escrita, refere, bebe do realismo psicológico e social de Dostoiévski e do existencialismo de Camus, e tem em Eça de Queirós, Agustina Bessa-Luís e Vergílio Ferreira sólidas referências.

Para este romance, surgido «na sequência de um trabalho de investigação» sobre o estreito Darién, «gargalo geográfico» entre a Colômbia e o Panamá, onde confluem, todos os anos, «centenas de milhares de pessoas de todo o planeta», consultou «artigos, relatórios oficiais e reportagens de referência», bem como o dicionário recente do Emberá – idioma da tribo que reside em Darién há largos séculos.

Instituído em 2008 pela Estoril Sol em homenagem à grande escritora, o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís visa distinguir, anualmente, um romance inédito de um autor português sem qualquer obra publicada no género.

À semelhança das obras predecessoras – A Casa-Comboio, de Raquel Ochoa, A Cabeça de Séneca, de Paulo Bugalho, Trás-os-Montes, de Tiago Patrício, A Vida Inútil de José Homem, de Marlene Ferraz, Horizonte e Mar, de Paula Cristina RodriguesFredo, de Ricardo Fonseca Mota, O Invisível, de Rui Lage, Um Passo para Sul, de Judite Canha Fernandes, Um Símbolo Vivo, de Cristina Cosme, Escavadoras, de Marta Pais Oliveira, Terrinhas, de Catarina Gomes, A Guerra Prometida, de Marco Pacheco, Aqui Onde Canto e Ardo, de Francisco Mota Saraiva e O Processo, de Dulce de Souza Gonçalves – Na Tua Mão será publicado em breve pela Gradiva Publicações, editora oficial do galardão.
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