A exposição no CACC reúne obras de 40 artistas da coleção da Câmara de Coimbra e da Coleção de Arte Contemporânea do Estado que procuram dialogar com os temas que percorrem aquele romance de José Saramago, publicado há precisamente 30 anos e que narra uma epidemia de cegueira branca que abala uma cidade.

O romance levou Raquel Magalhães, da Divisão de Museologia da Câmara de Coimbra e que assina a curadoria da exposição, à procura de obras nas duas coleções que abordassem questões e temas presentes no livro, como a violência ou a falta de humanidade.

“Há obras que têm uma ligação quase literal e outras mais abstrata”, contou a responsável pela exposição, dando conta de pinturas que abordam o poder sobre “os mais fracos” ou a sensação de clausura.

Na exposição, trabalha-se também a relação “da luz e das trevas”, face a um livro onde a luz branca “é o que cega”, com a escolha de quadros que trabalham a relação entre o branco e o preto.

Em “O mundo está todo aqui dentro”, há obras de diferentes estilos e gerações, mas quase todas elas de autores portugueses, esclareceu.

“Não há uma unidade [em termos estilísticos]. O critério foi a obra e passar as grandes ideias da obra”, disse, referindo que, na exposição, estarão também algumas frases retiradas do livro de Saramago para ajudar à interpretação dos visitantes.

A exposição distribui-se pelos três pisos, procurando também ter uma progressão que acompanha a narrativa do próprio romance.

Entre os artistas presentes, estão Julião Sarmento, Malangatana, Pedro Cabrita Reis, Sarah Affonso ou Eduardo Nery, entre outros.

A exposição estará patente até 22 de março de 2026 (podendo ser visitada de terça-feira a domingo).

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Fonte: LUSA | 27 de novembro de 2025