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HINTZE RIBEIRO HOMENAGEADO

Hintze Ribeiro foi um personagem dramático da política portuguesa, à procura de lugar no palco da história. Foi desta forma que Medeiros Ferreira caracterizou o micaelense Ernesto Hintze Ribeiro na conferência, promovida pela Câmara Municipal de Ponta Delgada e pelo Instituto Cultural de Ponta Delgada, com o intuito de assinalar o Centenário da Morte de Hintze Ribeiro, que foi Presidente do Conselho de Ministros, tendo aprovado a 2 de Março de 1895 o Decreto que concedeu autonomia administrativa aos Açores.

Hintze Ribeiro foi um personagem dramático da política portuguesa, à procura de lugar no palco da história. Foi desta forma que Medeiros Ferreira caracterizou o micaelense Ernesto Hintze Ribeiro na conferência, promovida pela Câmara Municipal de Ponta Delgada e pelo Instituto Cultural de Ponta Delgada, com o intuito de assinalar o Centenário da Morte de Hintze Ribeiro, que foi Presidente do Conselho de Ministros, tendo aprovado a 2 de Março de 1895 o Decreto que concedeu autonomia administrativa aos Açores.

Na Sessão Solene, em que a autarquia atribuiu, a título póstumo, a “Medalha de Ouro Municipal” ao Conselheiro, natural de Ponta Delgada, Medeiros Ferreira fez a resenha histórica do percurso de um governante, que governou sempre em conjunturas adversas e de instabilidade política que, aquando da assinatura do decreto autonómico “não terá tido o especial reconhecimento dos protagonistas micaelenses deste movimento”.

Um decreto que foi enaltecido na noite de Sexta-Feira, dia 2 de Março, na data que se assinalaram os 112 anos da sua assinatura, numa sessão solene, em que a Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada definiu que a autonomia é a capacidade de uma comunidade poder gerir livremente os seus recursos, “com especificidades próprias que não dispensam nem a solidariedade do país nem a da União Europeia”.

Na sessão solene do Centenário da Morte de Hintze Ribeiro, a autarca quis sublinhar, desta forma, que, embora desde a concessão da autonomia administrativa aos Açores, no Decreto de 2 de Março, outorgado pelo Conselheiro em 1895, se tenha confundido este conceito ao longo de gerações, “o verdadeiro significado de uma autonomia tem sempre subjacente um principio de solidariedade activa diferente da que muitas vezes foi assumida”, “não no sentido de mão estendida acrescentou – mas, porque há condições especificas que fazem das regiões insulares um ente diferente do conjunto em que estão inseridas”.

Berta Cabral defendeu, deste modo, a promoção do “esclarecimento necessário e a sensibilidade política adequada para compreender as causas e as razões da autonomia e dos povos insulares”. Segundo referiu, esta é uma oportunidade que deve agora ser aproveitada no âmbito da revisão do Estatuto Político-Administrativo que – e a responsável mostrou-se certa disto mesmo – deverá consagrar novas soluções, que permitirão uma afirmação mais incisiva da matriz autonómica. Mais disse que, neste processo, o espírito que promoveu a concessão da autonomia aos Açores que culminou com a campanha autonomista encetada por Gil Mont´Alverne de Sequeira e Aristides Moreira da Mota, entre outros, que lançaram os pilares da actual autonomia dos Açores e da Madeira, deverá ser “proveitoso e mantido” nos dias de hoje, “sem receios, nem hesitações”.

Para a autarca fazer a reestruturação da autonomia, no que aos seus aspectos constitucionais diz respeito, é honrar o trabalho da primeira geração de autonomistas e de todos os que se lhes seguiram, colocando a autonomia ao serviço dos Açorianos. “Um instrumento que valeu a pena conquistar e que vale a pena continuar a defender em nome dos Açores, do progresso e da Liberdade” e que está subjacente à homenagem feita na noite de sexta-feira a Ernesto Hintze Ribeiro com a entrega da “Medalha de Ouro Municipal”, a título póstumo ao Conselheiro.

A autarca de Ponta Delgada sublinhou Hintze Ribeiro como “um político inteligente que cedo triunfou no Parlamento, cuja sagacidade abriu-lhe o caminho para a presidência do Conselho, ou seja, para a chefia do Governo Português; Um filho de Ponta Delgada, que cedo percebeu que poderia fazer mais em Lisboa por estas ilhas do que aqui com sensibilidade política adequada para compreender as causas e as razões da autonomia e dos povos insulares”.

A homenagem camarária a Hintze Ribeiro, por proposta feita pelo Instituto Cultural de Ponta Delgada, contou agora com a realização de uma conferência pelo Professor Doutor José Medeiros Ferreira e com a apresentação de uma pequena exposição nos Paços do Concelho, de algumas das insígnias mais relevantes do Conselheiro. Nesta exposição, comissariada pelo Dr. José de Almeida Melo podem apreciar-se duas altas condecorações recebidas pelo Conselheiro, designadamente, a Grã-Cruz da Torre e Espada, bem como a cruz da Ordem do Tostão de Ouro, uma das mais altas condecorações espanholas. Um cofre de prata oferecido a Ernesto Hintze Ribeiro por um grupo de amigos e conterrâneos, onde se podem observar os escudos de armas de todos os municípios de São Miguel, está no centro desta mostra onde se pode observar um busto e o retrato de Hintze Ribeiro.

À iniciativa que decorreu na noite de 2 de Março, segue-se, em Novembro, uma segunda conferência, a cargo do Professor Doutor José Reis Leite.

Recorde-se ainda que, com o intuito de dar a conhecer a história e a obra do Conselheiro Ernesto Hintze Ribeiro junto de um leque mais vasto da comunidade de Ponta Delgada, vai ser organizada uma exposição didáctica dedicada às escolas. É, também, junto da comunidade escolar, mais precisamente, junto das escolas secundárias do concelho que vai ser lançado um concurso de ideias para a realização de trabalhos alusivos a Hintze Ribeiro.

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