Acabado de regressar de Brasília, onde participou, com Waldir Araújo, José Luís Peixoto e Francisco José Viegas, no Festival de Poesia de Brasília e onde lançou, no passado sábado, a antologia mil setenta e um poemas (que inclui vários poemas inéditos, que serão conhecidos do público português aquando da edição, em Novembro, de folclore íntimo, recolha e revisão da sua poesia a ser lançada pelas Edições Cosmorama), valter hugo mãe não vai ter tempo para descansar, entre a preparação do autêntico tour de apresentações pelo país do romance o apocalipse dos trabalhadores, que iniciará de imediato, e os ensaios do seu novíssimo projecto musical – cabesssa lacrau –, onde é letrista e vocalista, que será apresentado ao público lisboeta já no próximo dia 20, sábado, pelas 18.00h, na Fnac Colombo, por ocasião do lançamento do romance em Lisboa.

Assim, para além da apresentação de o apocalipse dos trabalhadores, que será feita pelo escritor e jornalista José Mário Silva, o público lisboeta poderá assistir, em estreia absoluta na capital, a um show case dos cabessa lacrau, projecto constituído, para além de valter hugo mãe, por Miguel Pedro (Mão Morta/ Mundo Cão), António Rafael (Mão Morta/ Um Zero Amarelo) e Henrique Fernandes (Mecanosphere), e que promete um momento de doçura em rima evidente com as histórias de amor do romance, uma vez que este projecto “procura um lirismo no canto em português que, sendo talvez típico de um certo sentir, evoca o fado mas se define sobretudo pela transversalidade ou impossibilidade de uma catalogação imediata. A voz de valter hugo mãe, que se experimenta mais do que se afirma como cantor, é melancólica e quente. A música dos cabesssa lacrau fica nesse dúbio espaço entre o enternecer e o embelezar ou magoar.”

É, pois, um convite para um fim de tarde de sábado que se adivinha verdadeiramente imperdível, este que vos fazemos: pela surpresa, pela beleza e pelo talento deste autor maiúsculo que usa as minúsculas como ninguém.

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