A inauguração está marcada para o dia 19 de setembro, às 19h00, e contará com a presença do artista e do crítico de arte Oliv Mircea. 

A exposição apresenta um conceito unitário e integra 60 obras (pintura e cerâmica) de todas as etapas e áreas estilísticas do artista. Para Horea Pastina, "o olhar" é apenas o começo. É preciso muito trabalho, muita fadiga para conseguir "ver". A exposição "Escuto e olho" é sinónima de servir com devoção o que permaneceu imaculado para o olhar e indissimulado para a audição.

No mundo das artes plásticas romenas, Horea Pastina (nascido a 13 setembro de 1946) é uma das principais figuras da sua geração, que viveu a infância e a juventude no espírito dos mais profundos valores tradicionais. Enquanto aprendiz favorito do maestro Alexandru Ciucurencu, o artista adere, desde as suas primeiras exposições, aos principais valores tradicionais da pintura clássica romena (Nicolae Grigorescu, Ion Andreescu, Stefan Luchian), bem como aos valores da pintura romena entre guerras. A maneira como Horea Pastina assume, de uma forma criativa, movimentos e estilos artísticos recentes, coloca-o na zona da modernidade tardia, como artista com uma formação profissional de grande envergadura e abertura. A crítica de arte associou-o, num dado momento, ao neo-bizantinismo romeno, na mesma categoria com Horia Bernea, Paul Gherasim, Constantin Flondor, Mihai Sarbulescu etc. Desde meados dos anos '80, o pintor torna-se membro fundador do grupo "Prolog" (Prólogo), com o qual participa em inúmeros estágios de aperfeiçoamento, organizando, durante mais de três décadas, exposições na Roménia e no exterior. O seu trabalho didático na Universidade Nacional de Artes de Bucareste, bem como o de investigação (Escuto e olho, Editora Reîntregirea, Alba Iulia, 2010, O livro dos sentidos, com coordenação de Dan C. Mihailescu, Editora Humanitas, Bucareste, 2015 etc. ) foram bem recebidos pelo público.

"Horea Pastina tem a paciência e a paz, a ambição e a consistência de pintar o mundo sensível, ou melhor, o que temos em comum, nós e o mundo. Não será essa parte do mundo que cai sob o olhar e os olhos do pintor, aquela parte da natureza, aqueles objetos, o lugar com tudo o que lhe pertence, o mundo que nos possibilita o quadro pintado? Canecas sem alças, árvores, jardins, cadeiras à espera, pão e fruta, flores de todas as variedades, campos e colinas, todas subtis. No caminho para essas composições gentis, o espectador consegue ver o ar, ouvir a paz e até ver a luz." (Oliv Mircea)

A confissão de fé do artista é simples e direta: "Escuto e olho. O que se ouve, o que se vê do lugar onde estou. Pintura. Luz, cor, ar, riqueza, beleza. Tudo isso multiplica-se. Em cima de tudo e através de tudo. A audição da vista ... há prata em cima das águas e ouro no ar ...". (Horea Pastina)