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Terras sem Sombra fecha edição de 2019 em Sines

Desperta enorme interesse o concerto do Kronos Quartet com que o Terras sem Sombra encerra no sábado, dia 6, a sua atual edição. O espetáculo terá lugar, às 21:30, no Centro das Artes de Sines.

26 Jan a 7 Jul 2019

Vidigueira, Serpa, Monsaraz, Valência de Alcântara, Olivença, Beja, Elvas, Cuba, Ferreira do Alentejo, Odemira, Barrancos, Santiago do Cacém e Sines


Sob o título Longe, mas perto: Identidades Musicais Contemporâneas nos EUA. Sendo este o país convidado do Terras sem Sombra em 2019, a iniciativa culmina um ciclo amplamente representativo da vida musical estado-unidense, da época da independência (1776) à atualidade.

Pode dizer-se, a respeito do mítico KQ, que na música norte-americana há um “antes” e um “depois” da sua fundação, em 1973, pelo violinista David Harrington, em Seattle. Ao longo de quase meio século de atividade ininterrupta, este quarteto de cordas revolucionou o entendimento da criação contemporânea, dissolvendo as fronteiras entre música erudita e música popular e trazendo a expressão musical, com um impacto pouco vulgar, para o centro do debate político e social.
Estará presente o Embaixador dos Estados Unidos, George E. Glass, que tem vindo a dar muita atenção ao potencial económico e social do Alentejo.

A tarde do mesmo dia 6 será consagrada, às 15:00, a um equipamento pouco conhecido do Alentejo Litoral, o Farol do Cabo de Sines, com destaque para a sua componente arquitetónica e científica e para o sítio em que está implantado. Segue-se a inauguração, às 17:00, da exposição Contra a Abstração - Obras da Coleção da Caixa Geral de Depósitos, no Centro de Artes de Sines, com curadoria de Sandra Vieira Jürgens.

Domingo pela manhã, a partir das 9:30, o Terras sem Sombra promove uma ação de salvaguarda da biodiversidade centrada nos recursos piscícolas da costa alentejana. Com a colaboração de biólogos e engenheiros do ambiente, vai ser possível compreender a complementaridade entre a conservação de espécie selvagens nesta faixa litoral e a aquacultura desenvolvida nas águas do porto de Sines, com recurso a tecnologias de ponta quer permitem revolucionar um sector com vasto potencial.

As iniciativas do Terras sem Sombra em Sines resultam da parceria com o Município local e a Administração dos Portos de Sines e Algarve e são de acesso livre, até à lotação dos recintos onde decorrem.

Kronos Quartet: marco na música internacional dos séculos XX/XXI
Este ensemble combina o espírito de experimentação com o compromisso de se reinventar continuamente enquanto quarteto de cordas. Tornou-se, assim, um dos agrupamentos mais influentes à escala global, tendo realizando milhares de espetáculos, lançado mais de 60 gravações discográficas, colaborado com muitos dos principais compositores e intérpretes contemporâneos e encomendado mais de um milhar de peças e arranjos. Já recebeu mais de 40 prémios, entre eles o Polar Music Prize e o Avery Fisher Prize, duas das mais prestigiosas distinções concedidas a músicos à escala global.

Do repertório de Kronos Quartet faz parte uma vasta série de parcerias, de longa data, com mestres da envergadura dos norte-americanos Terry Riley, Philip Glass e Steve Reich; do azeri Franghiz Ali-Zadeh; do russo Vladimir Martynov; do polaco Henryk Górecki; e da sérvia-americana Aleksandra Vrebalov. Entre outros colaboradores do seu projecto artístico, cabe destacar Wu Man, Laurie Anderson, Tanya Tagaq, Mahsa Vahdat, Trevor Paglen, Sam Green, Van Dyke Parks, múm, Dawn Upshaw, Noam Chomsky, Tom Waits, Asha Bhosle, Taraf de Haïdouks e Howard Zinn.

Em Sines, o quarteto apresentará um repertório especialmente pensado para a temática das relações entre a Viagem e a Música, que constitui o fio condutor do programa do Terras sem Sombra em 2019. O programa inclui obras de autores como Steve Reich, Abel Meeropol, John Coltrane, George Gershwin, Michael Gordon, Laurie Anderson, Geeshie Wiley e Terry Riley, em larga medida escritas ou arranjadas para o Kronos Quartet, oferecendo uma panorâmica da música americana do século XX até aos nossos dias, a par de peças da tradição popular anglo-americana.

No Olho do Cíclope: O Farol do Cabo de Sines
Palco de inúmeros naufrágios, a costa alentejana ofereceu importantes perigos à navegação enquanto não dispôs de sinais luminosos. O plano dos faróis, aprovado em 1870, previu a construção de um no Cabo Sardão e de outro no Cabo de Sines. Este entrou em funcionamento em 1880, com uma torre de 22 m de altura e 41 m de altitude. Avistando-se a grande distância, o farol constitui uma das marcas da paisagem e da identidade locais.

À data da construção, o aparelho ótico consistia numa lanterna de 2.ª ordem, tendo por fonte luminosa a incandescência pelo vapor de petróleo com luz fixa, enquanto a luz de reserva era um bico de nível constante. Em 1915, essa lanterna cedeu o lugar a um aparelho lenticular de Fresnel, sendo a rotação produzida por uma máquina de relojoaria: a luz, até aí fixa, passou a ritmada. A eletrificação ocorreu em 1948. Com a montagem de painéis na ótica, em 1950, o equipamento ganhou a característica de aero-marítimo.

Obras de alteamento da torre, em 1992-1995, deram-lhe 28 m de altura e 48 m de altitude, tornando mais percetível a sua luz; data de então um novo aparelho ótico, híbrido, que continua a prestar bons serviços à intensa navegação que se faz sentir ao largo da costa de Sines.

Nereu e Proteu: estudar, vigiar e cultivar o mar 
No porto de Sines ocorre um conjunto sistemático de medidas de monitorização e avaliação da qualidade dos ambientes marinhos que contribui, de modo pioneiro, para a sua utilização sustentável, incluindo a piscicultura. De facto, apesar de ser o principal porto nacional em carga movimentada, as suas características naturais e os parâmetros ambientais adequados nele existentes permitem criar boas condições para a aquacultura. Torna-se aqui possível a produção de peixes de qualidade, promovendo o desenvolvimento de uma indústria ecologicamente sustentável e viável, que corresponde aos parâmetros da alimentação num futuro próximo.

Com o objetivo de mostrar outras potencialidades oferecidas pelas infra-estruturas portuárias, esta iniciativa do Terras sem Sombra dá a conhecer uma forma de valorização dos recursos naturais da zona costeira através de atividades que, não sendo as principais do porto, ajudam a diminuir o impacte da pesca e o declínio de espécies oceânicas de Sines. A ação incluirá também a observação de organismos litorais na proximidade do porto, no larido das Amoreiras, situado na extremidade sul da praia de São Torpes. como exemplo de um dos ambientes abrangidos pelos trabalhos de investigação e vigilância em curso.

Esta atividade é realizada em colaboração com a Administração dos Portos de Sines e Algarve, o Laboratório de Ciências do Mar da Universidade de Évora, o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e a JM Agro-Alimentar.

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