Teatro
"Desta carne lassa do mundo"
O Teatro do Vão estreia um espetáculo de Daniel Gorjão, a partir de Romeu e Julieta de William Shakespeare.

16 Nov a 22 Nov 2015
direção artística Daniel Gorjão
assistência de encenação Maria Jorge Marques
interpretação Ana Sampaio e Maia, André Patricio, Carla Galvão, João Duarte Costa, João Villas-Boas, Miguel da Cunha, Miguel Raposo, Teresa Tavares, Vitor d'Andrade
apoio ao movimento Maria Carvalho
apoio à voz Luis Moreira
cenografia Bruno Terra da Motta
figurinos Miguel Morazzo
desenho de luz Miguel Cruz
vídeo Maria Leite, João Duarte Costa
produção e direção técnica Sara Garrinhas
produção executiva João Figueiredo Dias
comunicação João Pedro Amaral
O espetáculo
Após várias produções em que dedicou o trabalho aos autores portugueses, o Teatro do Vão | Daniel Gorjão começa agora um novo ciclo com a abordagem de grandes texto da dramaturgia mundial, iniciando esse processo com a construção de uma nova dramaturgia, para Romeu e Julieta de William Shakespeare, que nesta versão dramatúrgica irá assumir o nome “Desta carne lassa do mundo”, alicerçando as palavras de Shakespeare na abordagem de Byung-ChulHan ao tema amoroso na obra “A Agonia de Eros”.
Trazendo as artes visuais e a música para o teatro, através do vídeo e dos atores a assumirem-se como DJs, o vídeo aqui assumirá toda a cenografia como elemento omnipresente no objeto, com o qual se criam dialéticas de conflito, e resoluções cénicas, através, tanto da sua utilização em direto, como de imagens trabalhadas com atores durante o processo de trabalho.
Toda a encenação é assente na ideia do desejo como motor de conflito, sendo a cena um ininterrupto campo de batalha, onde os intérpretes se consomem até à perdição.
A utilização da língua original do texto, o inglês, em constante altercação com o português falado maioritariamente, alimenta a tensão dramática que nesta versão é condensada em apenas oito personagens: Romeu, Julieta, Tebaldo, Mercuccio, Ama, Frei Lourenço, Páris e Rosalina.
Daniel Gorjão
Nasce em Minde 1984. Frequentou o secundário em Artes Dramáticas-Centro de Estudos de Fátima, Curso de Formação de Atores da Universidade Moderna e a ESTC.
Em 2003 ingressa no Teatro Politeama, tendo sido dirigido por Filipe La Féria em várias produções. Em 2010, funda Rosa74Teatro onde cria e dirige o espetáculo um dia dancei SÓ dancei um dia - vencedor do prémio Emergentes TNDMII/Festival de Almada. Destaca ainda os espetáculos, Intervenção: Antes de Começar e Não te concedi a ti, natureza, a decisão deste dia (Teatro Turim, Festival Inund’art-Girona) e a assistência de encenação no espetáculo Quem tem medo de Virginia Woolf?, de Ana Luísa Guimarães/TNDMII. Em 2012 passa a dirigir o Teatro do Vão através do qual apresenta Sempre noiva - Teatro de Almada/Teatro Taborda/Festival Tudanzas (BCN), e participa em cocriação com Maria João Luis nos Encontros do Devir-Capa-Faro com Uma solidão igual à minha. Em 2013 no Teatro da Terra protagoniza Ninguém se ouve, ninguém se vê de Maria João Luis, do qual também é assistente de encenação, nesse mesmo ano íntegra a programação do Festival Materiais Diversos com Que o dia te seja limpo; em Lisboa em coprodução com SillySeason apresenta Fragmento. Em 2014, cria e interpreta Beco da Saudade (Teatro do Bairro),
encena O Olhar inabitado das manhãs (MNCHN); dirige ainda o movimento do espetáculo Duas pessoas de Maria João Luis.
Em 2014 estreia Radiografia de um nevoeiro imperturbável (TNDMII/TMJB), este espetáculo foi nomeado para Melhor peça de teatro pela Revista Time Out e, Daniel Gorjão nomeado para os Prémios Novos na Fundação Gulbenkian.
Teatro do Vão
O Teatro do Vão é uma Associação Cultural sem fins lucrativos, criada em junho de 2012, por criadores de diferentes disciplinas artísticas que, já se conhecendo de trabalhos anteriores, decidiram criar um espaço, humano e físico, que lhes permita explorar uma nova linguagem artística de pesquisa, experimentação e multidisciplinariedade.
Tem como fins a promoção da cultura e da criatividade, entendidas como veículos para o desenvolvimento do ser humano e das sociedades. Propõe-se assim incentivar a investigação e a experimentação artísticas, sensibilizando o público em geral para a arte contemporânea. Através da criação, organização e promoção de objetos artísticos pluridisciplinares, que englobam disciplinas como o teatro, a dança e as artes visuais; pretende-se fomentar o diálogo, a reflexão e a difusão de novas linguagens em Portugal e no Estrangeiro.
Após a sua fundação a equipa do Teatro do Vão coproduziu a criação do espetáculo Sempre Noiva, que esteve patente no Teatro Taborda | Teatro da
Garagem em Outubro de 2012, no Festival Tudanzas em Barcelona em Abril de 2014 e em Maio de 2014 no OpenDay do Lx Factory, Lisboa. Em setembro de 2013, estreou Que o dia te seja limpo, no Cine-Teatro S. Pedro em Alcanena, no âmbito do Festival Materiais Diversos 2013, uma criação que para além de atores profissionais integrou também jovens da comunidade. Mais tarde este espetáculo foi reposto em maio de 2014 no Teatro da Garagem | Teatro Taborda em Lisboa. Estreou também Fragmento, a partir das memórias dos atores de Que o dia te seja limpo, a 4 de outubro de 2013 no Clube Ferroviário em Lisboa.
O Beco da Saudade estreou em Março de 2014 no Teatro do Bairro e foi reposto no Teatro da Terra em Ponte de Sôr em Maio de 2014. O Olhar inabitado das manhãs estreou em julho de 2014 no Jardim Botânico do Museu Nacional de História Natural e Ciência, em Lisboa. Em novembro, estreou Radiografia de um nevoeiro imperturbável no Teatro Nacional D. Maria II e, em Março de 2015, foi apresentado no Teatro Municipal Joaquim Benite em Almada. Este espetáculo foi nomeado para melhor peça de teatro pelos Prémios Time Out e, Daniel Gorjão foi nomeado para o Prémio Novos na Fundação Gulbenkian.