As fotografias retratam a vivência da comunidade de Mahera na exploração das minas de pedras semipreciosas de Ganet (Granada) e as condições de trabalho desumanas de homens, mulheres, adolescentes e crianças.

“A Mina de Thatha localiza-se no distrito de Ancuabe, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, na comunidade de Mahera. (…) Segundo a população local, tudo começou em Agosto de 2013, quando um grupo de tanzanianos que andava nas matas à procura de rubis, encontrou as pedras semipreciosas de Ganet (Granada), espalhadas pelas machambas pelo efeito das escavações de animais em busca de abrigo”, afirma Luís Godinho.

“Homens, mulheres, adolescentes e crianças tentam a sorte cavando covas gigantes e garimpando em busca das benditas pedras de Granada. Munidos somente de pá e picareta, escavam desenfreadamente centenas de quilómetros de terra, a profundidades de mais de 15 metros. Algumas covas têm galerias subterrâneas onde já morreram trabalhadores devido ao desabamento dos túneis”, descreve o fotógrafo.

“ Os terrenos são do Governo, mas a exploração é ilegal e sem condições mínimas de trabalho, tanto ao nível da higiene como da segurança. (…) Enquanto, numa parte do planeta, as pessoas exibem, orgulhosas, anéis e colares com pedras preciosas; noutra, seres humanos em condições degradantes escavam nas profundezas para as encontrar”, acrescenta o fotógrafo.

Luís Godinho, nascido em Angra do Heroísmo em 1983 e licenciado em Engenharia e Gestão Ambiental pela Universidade dos Açores, possui já um vasto currículo como fotógrafo, principalmente dedicado à fotografia urbana e documental. É fotógrafo profissional desde 2017.

O seu trabalho é reconhecido internacionalmente pelos editores de relevantes websites e revistas da especialidade, nomeadamente a National Geographic, Leica Fotografie International, Lens Culture, 500 px e 1x. Vive atualmente em Portugal, no Arquipélago dos Açores.

Trabalha como fotógrafo freelancer por todo o mundo.