Literatura
Outono Vivo '20: Lançamento do livro "As Ruas Demoradas. Poesia Reunida"
"As Ruas Demoradas. Poesia Reunida", de Mário Machado Fraião, editado pelo Instituto Açoriano de Cultura, é apresentado por Victor Rui Dores, dia 7 de novembro, pelas 15h00, na Academia de Juventude e das Artes da Ilha Terceira, no âmbito do Outono Vivo.

7 Nov 2020 | 15h00
Com esta coleção pretende-se resgatar a obra poética de uma plêiade de autores açorianos, cuja obra há muito se encontra esgotada e que caíram no esquecimento, dando-os a conhecer aos leitores de agora, quer na região, quer entre os falantes da nossa língua.
Mário Machado Fraião foi um poeta discreto, avesso ao dito “mundo literário”, que publicou, entre 1980 e 1995, sete livros que constituem todo um programa poético, onde, além da memória recriada e transfigurada das ilhas, é notória uma voz particularmente atenta às perdas, à passagem do tempo, à presença dos pequenos lugares ou dos pequenos espaços e da música e imagens que neles acontecem: "Todas as Filarmónicas Perdidas e um Poema por Dizer" (1980); "As Cordas e os Metais, o Sabor da Paisagem" (1985); "Enquanto o Mar se Renova" (1987); "Os Navios no Horizonte" (1988); "As Ruas Demoradas" (1989); "Poemas do Mar Atlântico" (1991); "Os Barcos Levam Nomes de Mulheres" (1995).
Envolvendo cafés, bares e esplanadas, ou um mar tantas vezes presente, a poesia cosmopolita de Mário Machado Fraião leva-nos do Faial a Lisboa, ou ao Alentejo, à Galiza, aos EUA e a muitos outros lugares, numa linguagem límpida e vibrante, cuja dinâmica visual a torna pictórica e plasticamente muito bela.
Mário Machado Fraião nasceu na Horta, em 30 de maio de 1952, e faleceu em Lisboa, a 8 de novembro de 2010. Viveu grande parte da sua vida nesta cidade, onde se formou em História. No domínio da investigação histórica, destaque-se a sua tese de mestrado Lisboa e as Notícias da Guerra. Com colaboração dispersa por várias publicações e suplementos literários, particularmente na imprensa dos Açores, cultivou a poesia e a crónica.
Victor Rui Dores nasceu em 1958 em Santa Cruz, ilha Graciosa. Tendo-se fixado na Terceira em 1968, aí concluiu os estudos liceais, frequentando posteriormente a Faculdade de Letras de Lisboa onde se licenciou em Germânicas, em 1982. Atualmente é professor do quadro de nomeação definitiva da Escola Secundária Dr. Manuel de Arriaga, exercendo desde 1997 o cargo de Presidente do Conselho Executivo do Conservatório Regional da Horta. A partir de 1998 passou a representar a Região Autónoma dos Açores no Conselho Nacional de Educação.
Com uma intervenção frequente na imprensa, na rádio e na televisão, Victor Rui Dores tem o seu nome ligado também à atividade teatral. É autor de diversos livros.
Em 2018 foi-lhe atribuída a Insígnia Autonómica de Reconhecimento.