O espetáculo, interpretado e cocriado por Joana Mont’Alverne e Maria Inês Peixoto, reflete sobre a violência colonial e o seu impacto na identidade portuguesa a partir de uma releitura daquele que é considerado o maior épico de Portugal, Os Lusíadas, de Luís de Camões.

“Este espetáculo viaja pel’Os Lusíadas como as frotas viajavam pelo mar: maravilhamo-nos, roubamos, invadimos, reescrevemos, tomamos”, explica Raquel S. A peça assume-se como um trabalho de questionamento acerca do que significa a história e de que forma esta é fixada na literatura. Os Lusíadas serve, assim, de mote para uma análise da forma como se faz historiografia e de como se escreve literatura, levando, em simultâneo, a uma reflexão sobre o valor da imagem de Camões e do trabalho artístico e literário.

“Como é que podemos ler Os Lusíadas hoje como um fóssil imutável? Temos de questioná-lo, de confrontá-lo com a memória e com a história: o texto com 500 anos é um texto vivo. Interessa-me esse trabalho de estudo e de confronto com a nossa história literária, com estas escritas da memória que continuam a ser ensinadas em vários anos letivos do nosso percurso escolar, muitas vezes, de forma acrítica. É necessário invadir este discurso branqueante; temos de reler os textos que foram tomados como símbolos de uma ideia de nação, de colonialismo, de "descobrimento". Acho que temos de fazer muitas perguntas a'Os Lusíadas”, acrescenta a criadora.

Resultado de uma coprodução com o Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, INVASÃO! estará em cena nos dias 30 e 31 de julho, às 19h00. Os bilhetes, à venda no local e na Bilheteira Online, custam entre 5,00€ e 7,50€.