"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

Elogio da Loucura

Espectáculo de Hélder Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra a partir de Erasmo de Roterdão

23 Set a 14 Nov 2021

Teatro A Barraca
Largo de Santos, 2, 1200-656 Lisboa

ELOGIO DA LOUCURA

Erasmo, um construtor da Europa
Erasmo era cristão, mas sabia ver as falhas que existiam no fanatismo religioso, na opressão da igreja católica e o seu mundo de corrupção de que foi um ponto alto e inconcebível a invenção das Indulgências! Uns papéis que eram vendidos para absolver dos pecados quando chegasse o Juízo Final! Ele denunciou essa prática, que depois Lutero imitou e deu origem à cisão Protestante.
Claro que este teólogo e pensador criticava também muitos comportamentos e pensamentos da sociedade, não só do seu tempo, mas de abrangência Universal e atemporal. E como verdadeiro homem do Renascimento, construiu um humanismo de raiz cristã, unindo a sabedoria da Antiguidade com a ética do Cristianismo, que combatia a hipocrisia de cristãos que cometiam erros e diziam que a culpa era do Diabo!
Este novo homem do Renascimento tinha confiança em si próprio, conquistada com uma luta que o transformou no grande instrumento da sua época, livre de ter como único socorro a graça divina. Fugia do medo e do pessimismo e olhava o futuro com optimismo, confiando na sua acção, no seu livre-arbítrio. E como não era fanático, compreendeu sempre que um ateu é preferível a um falso cristão, como já disse o Papa Francisco.
Foi o “homem Europeu”, cidadão do mundo que espalhou a sua mensagem pela Flandres, onde nasceu, Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Suíça, onde terminou os seus dias também fugindo à Inquisição.
Entre as muitas amizades que criou é de realçar Thomas More, autor de “Utopia” e a quem ele dedicou a obra-prima “ O Elogio da Loucura”, cuja agudeza satírica e coragem continuam a ser um bálsamo para os nossos tempos.
Talvez fosse de começarmos a pensar num Neo-Renascimento.
 ~ Hélder Mateus da Costa

A LOUCURA

Fala da Loucura a Erasmo de Roterdão
Mestre Erasmo, tenho andado atrás de si desde que começou a escrever sobre mim aquilo que disse que ia ser o meu Elogio. Gostei agora deste Elogio à Lucrécia Bórgia porque me sinto perto dela no seu amor à Liberdade e porque nos parecemos na nossa determinação de sermos felizes e generosas. Aí sim, vi um raro apreço. Mas no meu elogio onde é que ele está?
Não sei muitas vezes se me está a elogiar ou a criticar… Mestre Erasmo, eu ia enlouquecendo a decifrar a sua obra. Tão verdadeira e tão divertida.
Mas ninguém consegue dizer o que é a Loucura.
Pode ser uma doença – um castigo? – e isso, o senhor sabe, não merece critica nem elogio, tem merecido tratamentos, remédios, pancada, mangueiradas frias e tantas vezes a tremenda nave perdida no alto mar até que as ondas nos separem do mundo dos sãos e salvos…
Há outra loucura de que já vos falei, herdeira de meu pai, Pluto que tem trazido aos países e às igrejas quase todos os males de que eles padecem. Essa é uma espécie de loucura negra. De ganância. Mais crime do que loucura. Ou será a Loucura que se transforma em crime?
Ninguém consegue dizer o que é a Loucura. Nem os médicos. Nem os Santos.
Mas os pecados não são loucura, são pecados, Mestre Erasmo.
Comer como um abade até rebentar, fornicar como um bispo até morrer, esconder o dinheiro até o perder, a inveja, a ira, a soberba, nada disso é loucura. Ganhar a vida a louvar a santa igreja ou a invocar a lei e fazer tudo o que elas proíbem, é Loucura?
Quantos loucos estarão no inferno? Nem um. E quantos Papas? Tantos. E quantos juízes? Tantos… Quantos? E quantos ricos e quantos reis… Todos.
A Loucura está mais perto do céu do que todos eles…
Ninguém consegue dizer o que é a Loucura:
Loucura é dar o que se tem sem ver a quem, como Quixote, é descobrir o traseiro do rei que não vai nu sem medo de perder a língua ou a vida.
Loucura é criar beleza e utopia no meio do caos e do medo.
Loucura é amar demais e morrer na cruz, como Jesus...
 ~ Maria do Céu Guerra

FICHA TÉCNICA

Texto: Erasmo de Roterdão
Espectáculo de Hélder Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra
Elenco por ordem de entrada em cena:
Sérgio Moras, Mia Henriques, Matilde Cancelliere, Vasco Lello, Teresa Mello Sampayo, João Teixeira, Adérito Lopes, Maria do Céu Guerra, João Maria Pinto, Samuel Moura.
Música Original: António Victorino de Almeida
Execução Musical: Mia Henriques
Desenho de Luz: Vasco Letria
Cartaz e Design Gráfico: Maria Abranches
Operação de Luz e Som: Ruy Santos e Ricardo Silva
Guarda-roupa: Elza Ferreira
Modista: Alda Cabrita
Produção: Inês Costa
Fotografia: Maria Abranches

M/12
EM CENA de 23 de Setembro a 14 de Novembro
QUINTA E SEXTA às 19h30 | SÁBADO às 21h30 | DOMINGO às 17h

BILHETES
Bilhete normal: 15,00 €
Estudantes, Profissionais de Teatro, menores de 25 e Maiores de 65 anos: 10,00 €

INFORMAÇÕES E RESERVAS
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213 965 360 | 213 965 275 | 913 341 687 | 968 792 495
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