"No processo de trabalho de Carlos Mensil somos confrontados com reflexões e procedimentos que derivam de uma prática de investigação sobre fenómenos e organismos que associamos aos diversos ciclos da vida e à nossa perceção destes. Mas estas reflexões e procedimentos derivam ainda de uma memória auto-referencial que reside na presença da máquina, seja esta a máquina da oficina familiar ou uma analogia com a mecânica dos fluidos, o movimento dos astros, a circulação sanguínea ou o movimento aparentemente infinito de uma linha suportada por um sistema de roldanas que nos induz para o percurso interminável de uma secção da mesma, como um “Díptico” em permanente construção. Ou, ainda, para a instabilidade que uma pena de ave percorre num movimento repetitivo sobre uma construção mecânica e complexa de cabos, traves e roldanas que parecem desaparecer sob a situação precária desse objeto leve e diáfano, no seu curso pendular sem princípio nem fim. (...)"