Teatro
SEM_TÍTULO de Ariel Farace sobe ao palco da Comuna
O espetáculo SEM_TÍTULO, do argentino Ariel Farace, chega ao Teatro da Comuna, pela mão de Patrícia Soso, numa produção do Casulo.

25 Mai a 29 Mai 2022
O texto teve a sua estreia em 2005, em Buenos Aires, e é agora apresentado pela primeira vez em Portugal. Esta adaptação coloca em primeiro plano a questão da nossa vulnerabilidade, decorrente dos repetidos estados de isolamento. Procura entender a tensão inerente entre o querer aproximar e a necessidade de afastar.
SINOPSE
Num centro urbano, habitam milhares de vidas anónimas que compartilham solidão, medos e melancolia. Num dia qualquer, as histórias de três personagens alinham-se. Ana, Ulisses e Laura, fechados nos seus próprios planetas, encontram-se, e, a partir daí, novas rotas serão traçadas. Uma obra que deita um olhar delicado sobre a singularidade e a fragilidade das nossas vidas.
TEXTO E ADAPTAÇÃO
O texto foi escrito entre 2004 e 2005 e teve a sua estreia em Buenos Aires, em 2005. No Brasil, foi realizada uma montagem em 2014. Esta é a primeira vez que o espetáculo é apresentado em Portugal.
No contexto atual, a adaptação desta obra coloca em primeiro plano a questão da nossa vulnerabilidade, decorrente dos repetidos estados de isolamento. Procuramos entender esta tensão inerente entre o querer aproximar e a necessidade de afastar. Como planetas, sentimos a força da atração pelo outro mas, ao entrarmos nos universos de cada um, percebemos as forças que atuam nas suas subjetividades.
TEATRO DOCUMENTAL
Pensando a dramaturgia e a encenação como documentos residuais da história, este trabalho assenta num desejo de entender como estamos hoje e como nos relacionaremos a partir de agora. Caracteriza-se como documento de um determinado período histórico, como um registo sobre a humanidade do nosso tempo. Um estudo sobre a presença e os seus limites.
NOTA DE ENCENAÇÃO
Durante o meu período de quarentena, numa das quotidianas idas à ilha de lixo e das poucas possibilidades que tinha de sair de casa, senti-me numa situação idêntica à apresentada no texto Sem_Título, do dramaturgo argentino Ariel Farace. Embora o texto tenha sido escrito muito antes, já se desenhavam, nas relações contemporâneas, as características que a atual pandemia veio tornar mais evidentes: o isolamento, a solidão, o medo, o consumo e o descarte.
Inseridas num ambiente frio e desértico, as personagens vagueiam, ocupadas com os seus objetos, e, à nossa semelhança, escondem o medo de enfrentar o próprio vazio e o terror de aceitar que, na verdade, não entendem o sentido disto tudo. Patrícia Soso
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
De Ariel Farace
Tradução Carla Feliciano
Encenação de Patrícia Soso
Com Carla Madeira, Marlene Barreto, Valter Teixeira
Cenografia e figurinos Catarina Graça
Criação musical Vitor Rua
Corpo e movimento Rafael Barreto
Desenho de luz Sérgio Moreira
Produção executiva Jorge Feliciano
Assistência de encenação Sandra Pereira
Assistência de dramaturgia Ricardo Cabaça
Caracterização Cidália Espadinha
Fotografia Rute Leonardo
Videografia e edição André Mattosinho
Consultoria técnica e operação Daniel Gonçalves
Assistente produção Joana Duarte
Assessoria de imprensa Raquel Guimarães
Produção Casulo – Núcleo de Artes Performativas do Grémio Dramático Povoense
M/14
Duração 60 min
Horário: Quarta a sábado 21h, domingo 16h
CASULO
Casulo é um núcleo de artes performativas e audiovisuais assentes na criação artística e produções audiovisuais destinadas a todo o público. Faz da Pesquisa Contínua e do Laboratório, o suporte para o desenvolvimento dos projetos encubados no coletivo. O processo é o pilar do trabalho e a fusão das artes num objeto único é a meta, sempre que possível provocando as mais diferentes relações com o espetador.