Música
Sorry ao vivo em Lisboa
A vinda à ZDB acontece com um álbum – “Anywhere But Here” – na bagagem que finalmente lhes dá estrada e a frescura de ideias que isso acarreta. Algo imensamente benéfico para uma banda nova, que já provou estar em constante renovação e que não se perde nesta coisa das fórmulas que resultam. Estão aqui para a constante surpresa.

2 Mar 2023 | 22h00
Grande nome para uma banda. Por vezes vale a pena debruçar sobre essa ideia, de como foi preciso chegar aos 2020s para se falar de uma banda chamada Sorry (existem outras, mas nenhuma entrou no domínio popular como eles). Amigos desde a adolescência, Asha Lorenz e Louis O’Bryen começaram a fazer música como forma de se espicaçarem um ao outro, criando canções que colocavam no Soundcloud e competiam pelo maior número de audições. Parte do resultado disso estão nos dois maravilhosos volumes das “Home Demo/ns”, introdução não formalizada para a verdadeira carta de apresentação, “925”, aí já em formato quinteto com Lincoln Barrett, Campbell Baum e Marco Pini. “925” não pediu desculpa – inevitável encontro com a piada. Trazia um som direto que funcionava na linguagem novo rock e era, em simultâneo, mas com um refresh geracional, um conjunto de hits para se ouvir no contexto de club (mais no contexto britânico/americano do que no europeu). Parecendo que não, é uma abordagem que por vezes é recusada por bandas que escalam por meios mais artísticos/underground. Os Sorry abraçaram e consolidaram um tipo de som que, por mais que se pesque por referências diretas, é-lhes único. E aí se chega ao combo Blur+Young Marble Giants+Slint, aos quais se podia juntar Tortoise, Pavement, ou para dar um tom 2000s, os Dirty Projectors (ainda se lembram de como eles soavam a tanta coisa e não havia nada parecido com eles? Sorry também é assim).
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