"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Formação

Jaime Ramos, um detetive do Porto

Curso breve orientado por Francisco José Viegas.

Jaime Ramos por André Kosasih

3 Out a 24 Out 2022

Biblioteca Municipal Almeida Garrett
Rua de D. Manuel II - Jardins do Palácio de Cristal - 4050-239 Porto


Ao longo de 30 anos, em livros como Longe de Manaus, Um Crime Capital, A Luz de Pequim ou Melancholia, de Francisco José Viegas, o detetive Jaime Ramos elege o Porto como a sua cidade, aquela de que conhece e reconhece os recantos, e de que vai inventariando tudo o que nela desapareceu e não regressará jamais – mas também aquilo que permanece como um sinal da melancolia portuense. O Porto é a sua casa e uma grande parte da sua vida. 

A geografia das investigações de Jaime Ramos, ao longo de 12 livros, estabelece-se sobre o mapa do Porto, o lugar onde tudo acontece: crimes, histórias de amor, recordações, vidas perdidas e resgatadas, memórias da sua vida como investigador. 

Herdeiro e representante de uma tradição de detetives da literatura policial, Jaime Ramos é, no entanto, um investigador especial: preocupa-o a distinção entre lei e justiça; define-se a si mesmo como um biógrafo de vidas desesperadas; discute com as armadilhas da História e com as poderosas endogamias portuguesas; construiu uma relação especial com a cozinha; recorda o seu passado político; como pessimista, é um cómico que enfrenta o sofrimento dos outros. Tudo o interessa, como um erudito; nada o comove aparentemente, como um homem que vive à parte. 

Assim, em diálogo com os livros que protagoniza e com o seu autor, este curso breve procurará fazer a história sentimental de Jaime Ramos como detetive do Porto, numa analogia permanente com a literatura do género (o romance policial) e a ideia de que não existe literatura policial.  

Uma das sessões será apresentada pelo poeta e médico João Luís Barreto Guimarães, que analisará a relação de Jaime Ramos com a medicina legal, as autópsias – e a melancolia propriamente dita. 

Sessão 1 
– As interrogações de um escritor. O policial género menor, uma luta de classes na literatura. Um género sem voz que o defenda. 
– Poesia e narrativa. Contaminação. O meu caso. 

Sessão 2
– Da ideia de mistério à história dos grandes detetives. 
– Uma tradição portuguesa do policial. Ross Pynn, Frank Gold, Dick Haskins, Strong Ross, Dennis McShade – heteronímia e esconderijo. 
– Os truques.  

Sessão 3 por João Luís Barreto Guimarães 
– Jaime Ramos: medicina, autópsias e melancolia. Como se mata nos livros. 

Sessão 4
– Manual de escrita: montagem, pintura, música, melancolia.  
– Como nasceu Jaime Ramos. As heranças de um detetive. As influências.

SEG 3, 10, 17, 24 OUT 18H—20H (4 sessões)

Inscrições
Até 2 de outubro, valor de 7€ ou 3 € para utilizadores inscritos nas Bibliotecas Municipais do Porto e cartão Porto.
Limitado à lotação do auditório.

+ info e inscrições aqui.

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