Com presença do autor Mario Desiati, em diálogo com Rita Catania Marrone e Stefano Scaramuzzino.

SPATRIATI de Mario Desiati, publicato pela editora Einaudi na coleção Supercoralli em 2021.

Claudia entra na vida de Francesco numa manhã de sol, no átrio da escola: é uma revelação, o surgir de um desejo inteiramente novo, que é acima de tudo um desejo de vida. Crescem juntos, brigando como a água e o fogo, divergentes e inquietos. Ela atrevida, com o seu cabelo ruivo e a sua gravata, sempre em fuga de algo ou de alguém, ele mais tímido, mas ardente de curiosidade erótica. São dois “expatriados”, dois irregulares, ou simplesmente dois jovens. Um romance sobre o sentimento de pertença e a autoaceitação, sobre amizades tenazes, sobre uma geração que ampliou os seus horizontes para se encontrar.

Com uma linguagem limpa e por vezes poética que se inspira na melhor tradição literária italiana, Desiati desenha um retrato preciso e real de uma geração inquieta que teve de se distanciar da sua pátria para afirmar a própria identidade.

«Por vezes lemos romances apenas para saber que alguém já lá esteve».

Mario Desiati nasceu em Locorotondo (Bari) em 1977, mas cresceu na vizinha vila de Martina Franca. Antes de se estrear como autor literário, trabalhou como jornalista, cobrindo notícias políticas e desportivas para jornais da Martina Franca como «Il Corriere della Valle d'Itria» e, depois de se formar em Direito na Universidade de Bari em 2000, trabalhou num escritório de advogados na região no Vale de Itria, escrevendo também ensaios sobre responsabilidade civil. Em 2003, mudou-se para Roma, onde foi editor-chefe da revista «Nuovi Argomenti» e júnior editor da Arnoldo Mondadori Editore. De 2008 a Outubro de 2013, foi diretor editorial da editora Fandango Libri, que se fundiu recentemente com o grupo independente Fandango editore.

Tem escrito e publicado poemas, antologias, ensaios e romances, incluindo Neppure quando è notte (Pequod, 2003), Vita precaria e amore eterno (Mondadori, 2006, Prémio Volponi), Foto di classe. U uagnon se n'asciot (Laterza, 2009), Ternitti (Mondadori, 2011, finalista no Prémio Strega), Il libro dell'Amore proibito (Mondadori, 2013), Mare di zucchero (Mondadori, 2014), Con le ali ai piedi (Mondadori, 2015), La notte dell'innocenza (Rizzoli, 2015), Candore (Einaudi, 2016).

O seu romance Il paese delle spose infelici, (Mondadori, 2008, Prémio Ferri-Lawrence e Prémio Mondello de ficção italiana) foi transformado num filme com o mesmo título, uma obra em que não colaborou como argumentista. As suas obras estão traduzidas em inglês, alemão, francês, espanhol, holandês e coreano.

Em Junho de 2022, o seu romance Spatriati (Einaudi, 2021) foi selecionado na segunda volta entre os finalistas do Premio Strega, vencendo-o na noite final de 7 de Julho.

ENTRADA LIVRE. Tradução em português.