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Programa de dois dias convida artistas sonoros e oradores internacionais a pensar sobre "Corpos queering e práticas sociais e Corpo decolonial e territórios sem fronteiras"

26 Jan a 27 Jan 2023

MAAT
Fundação EDP Av. Brasília Central Tejo, Belém 1300-598 Lisboa

Este programa público acontece no contexto da exposição EXIST/RESIST – Obras de Didier Fiúza Faustino: 1995–2022

Este programa de dois dias convida oradores e artistas sonoros internacionais, cujas obras se centram no corpo subordinado ao design normativo e ao paradigma colonial a discutir a pôr em perspetivas vários temas. Desde a prática do design até à esfera social os artistas vão refletir sobre de que modo tem a "forma" sido determinante e atua enquanto agência em condições socioespaciais específicas.

O tema do primeiro painel de discussão recai sobre a maneira como, ao longo dos anos, o corpo tem sido controlado através do design na história da arquitetura e a reação das práticas artísticas contemporâneas a esta questão. O segundo painel centra-se nos corpos com potencialidades transdecoloniais de várias cidades e geografias.

O objetivo do programa é expandir o pensamento de EXIST/RESIST, a exposição que Didier Fiúza Faustino tem em exibição no maat, na estreita relação que tem com várias práticas e lugares, e também na performance de som decolonial numa colaboração com a Radio AlHara da Palestina.

Com: Ana Naomi de Sousa, Carla Cardoso, Elias e Yousef Anastas, Francisco Díaz, Françoise Vergès, Piny, Radio Al-Hara, Mark Wigley.

Programa detalhado:

  • 26 de janeiro

17.00–19.00
Corpos queering e práticas sociais
Com Carla Cardoso, Didier Fiúza Faustino, Piny e Mark Wigley
Moderação de Pelin Tan

O painel centra-se na discussão da arquitetura e do corpo não convencionais no âmbito do design e dos paradigmas normativos. Reflete ainda sobre o modo como, ao longo dos anos, o corpo tem sido controlado através do design na história da arquitetura e de que forma é que as práticas artísticas contemporâneas reagem a isso.

  • 27 de janeiro

17.00–18.00
Corpo decolonial e territórios sem fronteiras
Com Ana Naomi de Sousa, Elias e Yousef Anastas, e Françoise Vergès
Moderação de Pelin Tan

O painel de discussão reúne pensadores, curadores e profissionais para falar sobre as potencialidades transdecoloniais em várias cidades e geografias. A pressão política, a vigilância do corpo e as possibilidades de resistência do corpo decolonial através de práticas espaciais e do papel do design, do material, serão alvo de discussão.

19.00–20.00
Anastas e Didier Fiúza Faustino
Performance musical

 


 

Biografias

 

Didier Fiúza Faustino é um artista-arquiteto e diretor do atelier Mésarchitecture, sediado entre Lisboa e Paris. O seu trabalho, assumindo a forma de instalações, esculturas, cenografia, filmes, projetos editoriais, arquitetura temporária ou contruída, transcende as fronteiras da sociedade, do design, da arte e da arquitetura, explorando a relação entre corpo e espaço. A primeira exposição istitucional que abrange quase trinta anos da sua prática, com curadoria de Pelin Tan, está agora em exibição no maat – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (Lisboa), e coincide com o lançamento de Architecture for Disquiet Bodies (Lars Müller Publishers), que nos dá uma visão geral de mais de 25 anos do seu trabalho. Faustino recebeu em 2018 o Prémio Pierre Cardin (Arquitetura) da Academia de Belas Artes/Institut de France e a Medalha de Prata de Arquitetura do Prémio Dejean 2010 da Academia Francesa de Arquitetura, e integra o Le FRENCH DESIGN 100. É representado por Michel Rein Paris/Bruxelas e pela Galeria Filomena Soares, em Lisboa.

 

Ana Naomi de Sousa é uma documentarista independente e escritora-jornalista que trabalha sobre resistência, política espacial, cultura popular e história. Realizou Angola: Nascimento de um Movimento, A Arquitetura da Violência, Hacking Madrid e Arquiteto Guerrilheiro, além do documentário interativo online de Arquitetura Forense Saydnaya, em colaboração com a Amnistia Internacional. A partir de Portugal, escreveu sobre racismo, violência policial, imigração e lutas laborais, habitação, cidadania e práticas espaciais de resistência. Colabora desde 2018 com o coletivo Decolonizing Architecture (DAAR) em projetos na Suécia (Living Room, 2018), e na Etiópia, Eritreia e Sicília (Afterlives of fascist colonial architecture [Vida após a morte da arquitetura colonial fascista], 2019 e 2021). Atualmente, está a trabalhar no seu primeiro documentário de longa-metragem e na tradução de português para inglês das obras seminais do teórico da arquitetura brasileira Sérgio Ferro, no âmbito do projeto Traduzindo Ferro, Transformando Conhecimentos.

 

Elias e Yousef Anastas são parceiros da AAU ANASTAS arquitetos e cofundadores da Local Industries, da Radio AlHara e da The Wonder Cabinet. O estúdio centra-se no estabelecimento de ligações entre o artesanato e a arquitetura em escalas que variam desde o design de mobiliário até às explorações territoriais. O estúdio tem defendido o uso contemporâneo da pedra estrutural na arquitetura da Palestina e de outros locais e interessa-se particularmente pela política da utilização da pedra com vista a criar estruturas cuja pegada de carbono seja reduzida, cidades mais resilientes e uma exploração mais responsável das pedreiras. A Radio AlHara é uma rádio comunitária online que tece redes não convencionais de solidariedades através de experiências sonoras. A ligação de condições hipercontextuais a priori diferentes para criar um novo discurso crítico global reforçado tem estado é transversal a todas as suas práticas. Mais recentemente, lançaram o Wonder Cabinet, uma iniciativa para produções culturais com espaço físico em Belém que reúne uma comunidade de artesãos e artistas dos domínios técnico e artístico com o objetivo de produzir uma cultura de provincialismo global.

 

Francisco Díaz é arquiteto e mestre em Arquitetura pela UC, Chile; mestre pela CCCP, Universidade de Columbia, EUA; doutorando no Politécnico de Turim, Itália. É Professor Assistente na Escola de Arquitetura da UC, Chile. Foi editor-chefe da Ediciones ARQ entre 2015 e 2022, editando e publicando mais de 100 livros e 24 números da revista ARQ. O seu trabalho editorial foi premiado na Bienal Pan-Americana de Quito de 2016, e na Bienal Ibero-Americana de 2022, realizada na Cidade do México. Tem trabalhos publicados na Argentina, Canadá, Equador, Inglaterra, Itália, México, Países Baixos, Peru, Espanha, Estados Unidos e Uruguai. Foi curador de exposições no Palacio La Moneda e no Centro GAM, os dois maiores centros culturais do Chile. O seu livro de 2019 Patologias Contemporâneas: Ensaios de Arquitetura após a Crise de 2008 ganhou o prémio da Bienal Espanhola de Arquitetura e Urbanismo de 2021. O seu próximo livro, intitulado Solos, será publicado em março de 2023.

 

Françoise Vergès é uma escritora, curadora independente e ativista antirracista decolonial. Aprendeu com os pais anticolonialistas, comunistas e feministas e com o povo da Ilha da Reunião (o seu país) que a descolonização é um processo longo e que o antirracismo político é antipatriarcal, anticapitalista e anti-imperialista. O seu próximo livro, Um Programa de Desordem Absoluta. A Descolonização do Museu, será publicado em francês em fevereiro de 2023.

 

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