Teatro
Curtas de Teatro Fora de Portas
A 1ª edição da Mostra de Microteatro organizada pela Luso 3050 - Animação Cultural, acontece no próximo dia 6 de agosto.

6 Ago 2016
O conceito de microteatro, nascido com a criação do Microteatro por Dinero, em Espanha e precursor do Teatro Rápido, em Lisboa (de maior de 2012 a maio de 2014) consiste num formato teatral de representação de microespetáculos com duração inferior a 15 minutos, para plateias reduzidas, apresentados em salas de pequenas dimensões.
Um dos elementos caracterizantes do microteatro é a apresentação simultânea de vários microespetáculos, em sessões contínuas.
Os microespetáculos apresentados possuem as características próprias de uma peça teatral tradicional, ou seja, requerem a existência de um guião prévio (micropeça) e de uma encenação uniforme e constante na representação em cenários onde o público é parte integrante. Pode entender-se que o microteatro está em relação ao teatro mais convencional, como a curta-metragem está para a longa-metragem, no cinema, ou o conto para o romance, na literatura. A intenção é captar a essência de um tema e expressá-la num curto período de tempo, perante um número limitado de espectadores, através de um pequeno número de atores.
CURTAS DE TEATRO FORA DE PORTAS é uma Mostra de Curtas de Teatro em espaços não convencionais. As curtas apresentadas (3) respeitam as regras do microteatro: espetáculos de duração nunca superior a 15 minutos, com poucos recursos técnicos e cenográficos, para plateias reduzidas, com apresentações contínuas.
A 1ª edição terá lugar na Vila de Luso a 6 de agosto de 2016. Serão apresentados somente dois monólogos, em edifícios distintos, em sessões contínuas, de forma a proporcionar ao espectador um percurso por edifícios marcantes da localidade.
A 2ª edição será em Sesimbra, a 26 de novembro, já com o programa completo de 3 monólogos, também em percurso por vários edificios da localidade.
E a 3ª edição terá lugar em Vila Real a 10 de dezembro, com um percurso por vários locais dentro do próprio Teatro de Vila Real.
EM CASA COMO NA RUA
Produção LUSO 3050 – Animação Cultural
Sábado, 6 de agosto de 2016
PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
#1 { NOVO CIRCO }
Local: Fonte de S. João ALGURES, pela companhia Erva Daninha
21h45 | 22h45 | 23h30
Três vendedores ambulantes anunciam a sua chegada, instalam-se e estão prontos a atuar. Três personagens distintas apresentam os seus ofícios através da manipulação de objetos, malabarismo e equilíbrios.
Ficha Artística e Técnica
Direcção Artística | Vasco Gomes e Juieta Guimarães
Interpretação | André Borges, Jorge Lix e Vasco Gomes
Sonoplastia | Vasco Gomes
Cenografia e Produção | Julieta Guimarães
Coprodução | Projecto Locomotiva, Porto Lazer
#2 { TEATRO }
Local: Vila Aurora GUARDA-CHUVAS DE CHOCOLATE
21h45 | 22h15 | 23h00
António, consciente da proximidade do fim do seu tempo, reflete sobre o que restou: a derradeira solidão recheada de memórias de uma vida passada. Como quem visita um álbum fotográfico repleto de cores, texturas e aromas de outros tempos, partilha com o espetador essas memórias com que dá corpo à sua história e o que ficou do seu pequeno mundo… memórias que são também as de um Portugal recente, comum a todos nós!
Uma viagem no tempo que nos resta através do tempo que já vivemos…
“A infância atravessada é como uma espinha, a gente engole bolas de pão e não passa…”
António Lobo Antunes
Ficha Artística e Técnica
Texto | Paulo Morgado e Ruy Malheiro (a partir de crónicas de Lobo Antunes)
Interpretação | Ruy Malheiro
Encenação e Espaço Cénico | Paulo Morgado e Ruy Malheiro
Produção | Ruy Malheiro
M/12
#3 { TEATRO }
Local: casa Choupal UMA MULHER À JANELA OU A CARTA DA CORCUNDA AO SERRALHEIRO
21h45 | 22h15 | 22h45
Quando abriram todas as gavetas da secretária de Fernando Pessoa descobriram que, afinal, o génio não tinha apenas três heterónimos e um aclamado semi-heterónimo, mas várias dezenas de personalidades ficcionais, que não sendo heterónimos, são pseudónimos com uma grande densidade literária e humana. Um desses pseudónimos assume a forma, o estilo, a alma de uma mulher – Maria José, que, ao que se sabe, assinou apenas um documento em prosa, um desabafo magnificamente escrito na forma de carta e a que deu o título de “A carta da corcunda ao serralheiro.”
Maria José vive à janela da casa amarela como se fosse um retrato cujo corpo conhecemos apenas pela metade, como se fosse as linhas de uma pintura num quadro que permanece ali de manhã quando vamos para o trabalho e à noite quando regressamos a casa. Não imaginamos sequer que idade tem e que vida terá, se tem filhos, marido ou família, se é bem ou mal-amada. Ela, no entanto, de tanto observar conhece o ritmo da rua, conhece as pessoas e as suas rotinas, advinha as suas histórias, os seus humores, as suas paixões. E tanto olha, tanto observa que um dia se apaixona, à distância, pelo homem que tem uma oficina mesmo diante da sua janela, um tal de Sr. António, a quem ela escreve:
“…. Ainda me lembro daquele dia que o senhor passou aqui ao domingo com o fato azul claro. Não era azul claro, mas era uma sarja muito clara para o azul escuro que costuma ser. O senhor ia que parecia o próprio dia que estava lindo e eu nunca tive tanta inveja de toda a gente como nesse dia…”
Ficha Artística e Técnica
Texto | “A carta da Corcunda ao Serralheiro” de Maria José, pseudónimo de Fernando Pessoa
Encenação e Interpretação | Ilda Teixeira
Apoio à encenação | Paulo Neto e Sandra Santos
Cenografia e Figurinos | Ilda Teixeira
Produção | Ruy Malheiro
M/12
PARTICIPAÇÃO GRATUITA
Lotação limitada nos espetáculos de interior inscrições: geral@luso3050.pt