A publicação da obra Lisboa Antiga: Bairro Alto (1879) por Júlio de Castilho, trabalho inteiramente dedicado à história de um dos bairros mais antigos de Lisboa, constituiu a primeira pedra na afirmação de uma nova disciplina emergente, dedicada à história da cidade de Lisboa – a Olisipografia.

A feição inovadora deste estudo conferiu ao seu autor o epíteto de «mestre da olisipografia», cujo mérito foi inteiramente reconhecido pelos investigadores que se lhe seguiram nos estudos históricos da cidade nas suas múltiplas vertentes e leituras.

Na maioria das obras de olisipografia ressalta a profunda ligação emocional dos autores com o objeto de estudo e a intenção de partilhar o conhecimento com um público alargado e heterogéneo. Esta é a base da olisipografia: a circulação do conhecimento fora dos circuitos fechados da academia.

Esta exposição resulta da investigação desenvolvida no projeto homónimo que estudou a vida e a obra dos principais olisipógrafos, investigadores que se ocuparam do estudo de Lisboa nas suas vertentes histórica, sociológica, urbanística, arquitetónica, etc., bem como as suas ligações à Câmara Municipal de Lisboa, e o modo como a Olisipografia surgiu a partir do final século XIX. O projeto procede de uma parceria entre o Instituto de História da Arte da NOVA FCSH (grupo de investigação LxSt – Lisbon Studies) e a Câmara Municipal de Lisboa / Departamento de Património Cultural, à qual se juntaram o Arquivo Nacional da Torre do Tombo e Biblioteca Nacional de Portugal, instituições onde se encontram os mais importantes espólios que foram estudados e tratados arquivisticamente a este propósito.