Passeios e Visitas
Dia Europeu das Fundações e Doadores
Celebrando o Dia Europeu das Fundações e Doadores, convidamos a conhecer as recentes doações em exposição no núcleo do Sião e da Birmânia. Em destaque em outubro, o núcleo do Sião e da Birmânia faz parte de uma série de núcleos temáticos a revelar até ao final do ano, e que constituem uma reconfiguração da exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia.

1 Out 2023 | 10h00
Convidamos a conhecer o museu da Fundação Oriente através de emblemáticas peças em exposição, com destaque para recentes doações no núcleo do Sião e da Birmânia na colecção permanente Presença Portuguesa na Ásia.
Constituída em 1988, a Fundação Oriente tem como objectivo a realização de acções de carácter cultural, educativo, artístico, científico, social e filantrópico que visem a valorização e a continuidade das relações históricas e culturais entre Portugal e o Oriente.
Neste sentido, a Fundação Oriente associa-se às comemorações do Dia Europeu das Fundações e Doadores e convida à participação em visitas em torno do museu que inaugurou em 2008, destacando o importante papel das doações na constituição das suas colecções.
Durante as visitas, serão apresentados recentes doações no novo núcleo do Sião e da Birmânia.
Em destaque no mês de Outubro, este é um dos novos núcleos temáticos a revelar até ao final do ano, e que constituem uma reconfiguração do discurso museológico e museográfico da exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia.
VISITA-JOGO | ABRE-TE SÉSAMO!
Domingo |10.30 às 11.30 | Participantes máx.20 (criança 3 aos 5 anos + 1 adulto)
Para diferentes tesouros conhecer, abre-te sésamo terás de dizer! Será o museu um lugar de tesouros? Como estão guardados esses tesouros? Decerto com mais ordem que os da história de Ali Babá e os quarenta ladrões. Afinal, no museu, os tesouros estão organizados numa colecção. Coleccionas alguma coisa?
VISITA ORIENTADA | COLECÇÃO, DOAÇÃO
Domingo |11.30 às 12.30 | Participantes máx.25
Uma visita que destaca o importante papel das doações na constituição das colecções do Museu do Oriente. Durante a visita, serão apresentadas recentes doações no novo núcleo do Sião e da Birmânia.
VISITA ORIENTADA | DA IDEIA À CONCRETIZAÇÃO: O MUSEU DA FUNDAÇÃO ORIENTE
Domingo |16.30 às 17.30 | Participantes máx.25
A inauguração do Museu do Oriente, em 2008, marca um novo ciclo na vida da Fundação Oriente, consubstanciando a sua vontade e vocação de contribuir para o encontro entre Ocidente e Oriente. Convidamo-lo a visitar o Museu do Oriente e a conhecer os princípios que determinaram a sua criação.
BIRMÂNIA
Da Birmânia (Myanmar) estão expostas caixas de oferendas e caixa de betel, num conjunto que reúne diversos formatos, com diferentes utilidades. Com estrutura de madeira ou tiras de bambu enroladas, as caixas são revestidas a laca vermelha, preta e folha de ouro, algumas profusamente decoradas com elementos vegetalistas em relevo.
A laca tradicional de Myanmar, Yun De, é um dos artesanatos mais famosos do país. Pensa-se que a tradição começou em Bagan, no século XII ou XIII, e a região continua actuamente a ser o epicentro da indústria nacional.
As caixas de laca eram utilizadas em rituais budistas e cerimoniais, bem como na vida quotidiana do povo birmanês, a todos os níveis da sociedade. Nas casas, eram utilizadas para guardar alimentos, vestuário, cosméticos, flores e nozes de betel.
Nos templos e palácios, utilizavam-nas para guardar jóias, cartas e manuscritos.
Estas caixas eram ainda presentes diplomáticos oferecidos por membros da corte birmanesa aos estrangeiros importantes que visitavam o país. Os recipientes de laca eram também utilizados em cerimónias budistas para oferecer comida aos monges.
Os portugueses chegaram oficialmente às costas da Birmânia por altura da tomada de Malaca (1511), encontrando-se o país, desde a dissolução do Império Pagan (séculos IX a XIII), fragmentado em vários reinos cujos governantes se ligavam por laços familiares, feudais e económicos. Pegu, Arracão e Ava eram os mais importantes entre eles.
Os portugueses mantiveram o tráfico e as rotas existentes, na medida em que conseguiram. Os produtos comerciados na Birmânia, no virar do séc. XV e no início do séc. XVI, eram essencialmente os tecidos de Coromandel e o ópio de Aden, que se trocavam por arroz, azeite de peixe, madeira de construção naval, lacre, almíscar, beijoim, ouro, rubis e outras pedras preciosas, prata e produtos alimentares. As lacas viriam também a constituir uma tipologia amplamente produzida, não apenas para consumo interno, mas também para exportação, nomeadamente nas versões negra e vermelha e negra decorada a folha de ouro.
A laca utilizada na Birmânia chama-se thit-si (resina de madeira), a partir da seiva da Melanorrhoea usitata, uma árvore originária do Sudeste Asiático. Difere ligeiramente da espécie chinesa e japonesa Rhus vernicifera e não tem qualquer relação com a goma-laca utilizada na Índia e na Europa, que é fabricada a partir da secreção resinosa do insecto Coccus lacca. O processo decorativo das peças yun começa com a incisão de um contorno à mão do desenho na superfície lisa e brilhante vermelha, preta ou castanha do objecto. Às incisões podem juntar-se outros elementos decorativos como pedaços de vidro, espelhos, pedras coloridas ou mesmo pedras preciosas.
Este núcleo integra 3 peças doadas por Jorge Welsh Works of Art.
SIÃO
Sião, é o nome oficial dado à Tailândia até 1939. Sukhothai, foi um antigo reino, surgido nos meados do século XIII, no centro-norte da Tailândia e também cidade e capital, considerada uma das mais antigas e importantes povoações históricas deste país até ao século XVI e reino independente durante cerca de 200 anos.
Após a morte do rei Ramkhanhaeng, em 1298, que ficou célebre pela expansão do reino até ao sul da Península Malaia e para oeste, ao território da Birmânia (actual Mianmar), e pelo dinamismo económico que gerou, assiste-se à sua absorção pelo reino de Ayutthaya, que durou mais de 400 anos. Durante o período Ayutthaya (1351-1767), os Tai consolidaram a sua posição como principal potência no que é actualmente o centro e o centro-norte da Tailândia, bem como em grande parte da região peninsular do sul. Uma vez que muitos dos vizinhos de Ayutthaya chamavam ao país "Sião", os Tai de Ayutthaya passaram a ser conhecidos como os Siameses.
O reino de Sukothai e a sua cidade, foram, com excepção da China, o maior produtor e exportador de cerâmicas do mundo durante os séculos XIII a XVI, sobretudo para o Sudeste Asiático e Filipinas.
Sawankhalok, era uma cidade situada no centro-norte da Tailândia, no rio Yom, a norte da cidade de Sukhothai, que ficou conhecida pelo fabrico de cerâmica de grés decorada a negro e azul sob o vidrado, sobretudo no período de Ayuthaya, sendo esta tipologia de peças conhecidas pela designação desta cidade.
Ambos os centros fabricaram, dos séculos XII a XVI, cerâmicas de grés com decorações florais e geométricas a azul e negro sob o vidrado, muito semelhantes, sendo por vezes difícil a sua distinção.
Este núcleo é formado por raros potes azuis e negros em grés vidrado, oriundos da região de Sukhothai/Sawankhalok, e datados do século XVI.
As peças deste núcleo foram doadas à Fundação Oriente pelo coleccionador Gonçalo Carrêlo, em 2022.
HORAS
Entrada no Museu | 10.00 às 18.00
Visita-jogo | 10.30 às 11.30
Visita orientadas | 11.30 às 12.30 e 16.30 às 17.30
PÚBLICO ALVO Público em geral
PARTICIPANTES Máx. 25/actividade | Gratuito, mediante ordem de chegada
PREÇO Entrada e visitas gratuitas