Exposições
Távora - desenho de viagem
No ano em que o Lugar do Desenho comemora o seu 30º aniversário é com satisfação que nos associamos às comemorações do centenário de Fernando Távora, organizando uma exposição dedicada ao desenho de viagem deste arquitecto.
18 Nov a 30 Abr 2024
os desenhos dessas viagens, datados de 1960 a 1997.
Desde a sua criação em 1993, o Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende tem por missão contribuir para conferir ao desenho o relevo que o Mestre Júlio Resende e os Fundadores lhe atribuem no universo das artes.
No ano em que o Lugar do Desenho comemora o seu 30º aniversário é com satisfação que nos associamos às comemorações do centenário de Fernando Távora, organizando uma exposição dedicada ao desenho de viagem deste arquitecto.
A exposição compõe-se de desenhos e imagens provenientes do acervo do arquitecto, depositados na Fundação Marques da Silva a quem nos associamos e agradecemos a sua cedência. Fernando Távora foi uma personalidade relevante no exercício profissional da arquitectura em Portugal, bem como, no da docência, sendo um dos criadores da Escola do Porto, à qual, por seu lado atribui importância fulcral à disciplina do Desenho.
Távora foi um incansável viajante assumindo um espírito de interpretação e investigação, da viagem e de si próprio. Não foi simplesmente na geografia do mundo que Távora viajou. As suas viagens implicaram mudança de olhar e questionou a história de modos diferente. Impulsionou olhares novos, que participam na construção de uma teoria e prática da arquitectura.
O desenho de viagem assumiu-se como método de indagação e projecto. Na obra de Fernando Távora, os desenhos de viagem ocupam estatuto crucial. A observação dos desenhos agora expostos, não deixa dúvidas quanto à influência que o desenho de viagem exerceu sobre a sua obra e a sua forma de ensinar.
Os desenhos de viagem não documentaram apenas os lugares, pessoas e ambientes representados, mas configuraram um método de trabalho e de atenção à composição e, por outro lado, foram fundamentais na sua actividade docente, a qual consistia num processo emotivo de partilha verbal e visual aos alunos.
A Távora, muitos arquitectos devem umas das etapas mais importantes da sua formação. A serenidade e o saber de Fernando Távora reflectem-se na escrita do seu desenho, porque o artista e professor são indissociáveis da pessoa e da sua obra. Num dos seus textos, Fernando Távora considerava: para que saibamos quem e como somos, há que saber quem e como são os outros. Sobre a importância da Viagem conclui: saber como, saber quem, como são, como fazem, o que pensam, o que dizem, de onde vêm, para onde vão os outros. E o que pensam os nossos dos outros. E o que pensam os nossos de si próprios.
Ao longo das décadas de 60, 70, 80 e 90, Fernando Távora realizou uma série de viagens pelos Estados Unidos da América, México, Tailândia, Líbano, Egipto, Grécia, França, Itália, Reino Unido, Espanha, Índia, Brasil, Turquia e Perú. Esta exposição, em parceria com a Fundação Marques da Silva, apresenta os desenhos dessas viagens, datados de 1960 a 1997. Aceitando a definição do artista, a exposição conduz-nos à sua vivência in loco dos sítios visitados. Com ela celebramos os 30 anos do Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende.