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Exposições

… e subiu aos céus - Exposição de Fernando Fortes

A incessante curiosidade do homem, o seu fascínio pelo contraditório e pela constante procura de certezas, obrigou à observação, cada vez mais cuidada e precisa, dos céus.

26 Jan a 13 Fev 2024

Galeria de Arte Imargem
Rua Torcato José Clavine, nº 19 - Piso 03, 2804-501 Pragal
Preço
Entrada livre
O resultado desta dialética permitiu o aparecimento das observações de Tycho Brahé, das leis de Kepler, de Galileu, de Cópernico e de Newton. O Céu, outrora divino e mítico, assume agora uma visão matemática, precisa. O futuro, a periodicidade, outrora associados às deidades é agora predito pela mecânica celeste.

Os céus continuam a assumir um papel fundamental, mas passam de divinos a científicos.

Durante milhares de anos o homem acreditou que a Terra era o centro do Universo e que o Céu era a morada de uma miríade de deuses.

No decorrer do desenvolvimento das várias civilizações, e de uma forma não consciente, o homem foi observando os céus, procurando explicações para a sua realidade através das divindades e da mitologia.

Num primeiro momento, encontrou explicações e associações para o decorrer do tempo, das estações, dos anos, para a agricultura, enfim, para um infindável conjunto de actividades e acontecimentos da sua realidade. Os céus, com tudo o que neles existia, comandavam a vida.

Os céus trouxeram os ciclos, do dia e da noite, da lua, dos meses, dos anos, a periodicidade da vida, a fertilidade. Ergueram-se construções megalíticas e templos, orientados segundo os seus luzeiros, para consagrarem e louvarem os deuses que neles moravam.

Os céus da mitologia nórdica, grega, romana, egípcia, azteca, maia, zulu, etc, criaram um sem número de divindades - Urano, Tyr, Horus, NutUm, Anshar, Olorun, Hemera, e tantos outros - os quais predestinaram gerações e gerações. O fascínio pelo Céu e pelas suas estrelas, as formas imaginadas pelos conjuntos de estrelas - as constelações do Zodíaco - guiaram o homem através dos tempos, atemorizaram civilizações, promoveram guerras e foram a fonte de inspiração de inúmeras juras de amor. 

A incessante curiosidade do homem, o seu fascínio pelo contraditório e pela constante procura de certezas, obrigou à observação, cada vez mais cuidada e precisa, dos céus. O resultado desta dialética permitiu o aparecimento das observações de Tycho Brahé, das leis de Kepler, de Galileu, de Cópernico e de Newton. 

O Céu, outrora divino e mítico, assume agora uma visão matemática, precisa. O futuro, a periodicidade, outrora associados às deidades é agora predito pela mecânica celeste. Os céus continuam a assumir um papel fundamental, mas passam de divinos a científicos. 

O Céu, que permitiu aos navegadores portugueses a era dos descobrimentos e da diáspora, tem a partir de agora um papel de Lei, as Leis dos Céus. Às caravelas que sulcaram os oceanos sob a orientação celestial, sucederam outros veículos, cada vez mais sofisticados e, nos nossos dias, chegámos à era da exploração espacial, o último desígnio dos sonhos. A sonda espacial Voyager 1, no espaço há mais de 37 anos, percorreu cerca de 19 biliões de quilómetros até sair dos domínios do nosso sistema solar em Setembro de 2013, atingindo então o espaço interestelar, anteriormente o domínio exclusivo dos deuses. Transporta consigo os nossos sons, as nossas fotografias, os nossos feitos científicos, o nosso ADN, talvez para que um dia, uma civilização extraterrestre – os deuses de outrora – possa também ver que não estão sós no Cosmos.

Neste contexto divino, o Mosteiro de Santa Maria da Flor da Rosa, a sua arquitectura gótica e, de uma forma intrínseca, o seu olhar e relacionamento com a visão dos céus, levou-me a criar/apresentar um conjunto de fotografias sobre a temática do Céu, da sua simbologia, das suas cores, desde a presença à ausência do azul profundo, do negro da sua observação nocturna, à versão monocromática do azul, num ambiente urbano e contemporâneo.

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