Esta exposição retrata as vidas dos que ficam de fora das estatísticas e de quem vive o lado escondido da crise da habitação, naquele que é o destino turístico número um da Europa. As pessoas retratadas nesta obra têm, muitas vezes, que escolher entre pôr comida na mesa ou pagar a renda. Quando saem para trabalhar, não sabem se terão casa quando voltarem. Carregam um segredo e a vergonha de não terem uma habitação condigna.

No ano em que se celebra o 50.º aniversário da revolução de abril, que sedimentou a democracia e consagrou na Constituição o direito à habitação, ROOF materializa-se num livro e numa exposição. Muitos das pessoas foram fotografadas ao longo de uma década, em locais insalubres e indignos. Uns dão lugar a outros, numa cadência sem fim, mas os sítios são os mesmos, acrescidos apenas das marcas deixadas por quem lá passa.

A Diretora da Cultura da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Teresa Nicolau, destaca a importância da associação desta exposição ao programa que a Instituição desenvolveu para as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, sobretudo pela mensagem que ROOF passa da habitação, como um direito consagrado pela Constituição da República Portuguesa: "Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar."

Mário Cruz é o fotojornalista português mais premiado, com dois prémios da World Press Photo. Nascido em Lisboa, em 1987, afirma-se como um “fotógrafo independente, focado na injustiça social e nas questões de direitos humanos”. 

A exposição ROOF estará aberta ao público de 27 de abril a 9 de junho, no Antigo Recolhimento das Merceeiras da SCM. 

Horário da exposição: 4ª, 5.ª e 6.ª, das 15h00 às 19h00, e sábados e domingos, das 10h00 às 19h00.