Através da fotografia podemos considerar qualquer tema a níveis intimamente profundos, revelando apenas um pequeno vislumbre. As imagens levantam questões sobre o valor da beleza pelo puro prazer dela versus a beleza que carrega um significado mais profundo. Qualquer vivência de beleza na Natureza é condicionada pela nossa experiência corporal e pelo significado pessoal que o momento possui. Na tentativa de segurar essa experiência em fotografia, transparece que a imagem age como sugestão de um pensamento mais profundo por decifrar, reinterpretar, imaginar; ofuscada fica a profundidade ou o ‘porquê’ da beleza percebida. É esta profundidade que dá significado para estipular beleza? Poderá ela dar-nos uma materialidade que remite a perda de ligação com o nosso próprio corpo?

Neste contexto, como falamos de trauma e como quebramos o silêncio? Como reavemos a beleza e a gentileza que nos negamos a nós mesmes? No desejo de capturar beleza na Natureza para desprender o trauma do corpo, podemos canalizar ternura para o interior.