"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Música

VAGAR: o Cante Alentejano como nunca se ouviu!

O saxofonista e compositor Carlos Martins surpreende com uma abordagem que junta, pela primeira vez na história da nossa cultura, Cante Alentejano e sonoridades do Mediterrâneo através de novas composições e improvisações.

17 Mai 2024  |  21h00

Centro Cultural de Belém
Praça do Império, 1449-003 Lisboa

Este trabalho resulta da colaboração com o escritor José Luís Peixoto, o fotógrafo José Manuel Rodrigues (Prémio Pessoa) e os cantadores Hugo Bentes e Pedro Calado. Estes artistas, todos alentejanos, pensaram em conjunto no que é ser alentejano no mundo de hoje, transpondo para a música, as palavras e as imagens uma abordagem contemporânea do Cante. 

«Vagar é um manifesto pela desaceleração. É um gesto para a preservação e reinvenção do Cante. O Cante está vivo neste disco porque estão vivas as suas raízes nas vozes dos cantadores. Se silenciássemos os instrumentos poderíamos escutar o Cante e reconhecer as formas tradicionais com as quais estamos familiarizados. Essa foi a condição para que os cantadores cantassem em Vagar, como uma fronteira habitável que íamos explorando, aprofundando e alargando a cada encontro, até deixar de ser fronteira e passar a território comum. Soubemos escutar-nos mutuamente e chegar “lá além”. A cultura mediterrânica, nas suas variadas expressões, de onde o Cante e uma certa forma europeia de improvisar certamente derivam, teve aqui um papel fulcral ao inspirar as estruturas musicais, células a partir das quais a escrita instrumental fluiu juntamente com as vozes. Em Vagar o nosso segredo foi o de manter o alvoroço inicial com o silêncio a vigiar o clamor do Sol ou a veemência da cal até que toda a luz se azula, “mal abala o dia”, nesse lugar sagrado que é o Alentejo.» – Carlos Martins 

«Nascemos no interior desta paisagem, desta pronúncia, deste tempo. A terra tem uma voz, somos capazes de escutá-la. Os sobreiros, sob o peso da sua idade, têm uma voz. Os mortos, gerações encadeadas, têm uma voz. Somos capazes de distinguir todas essas vozes, são levadas pela aragem que também arrasta o silêncio. Mas andámos por outros lugares, fomos lá longe, cruzámos o horizonte. Atravessámos a planície e, depois, atravessámos o mar. Levámos o que tínhamos aprendido aqui, mas não rejeitámos o que tinham para ensinar-nos lá. E regressámos. Vemos o mundo pelo filtro do Alentejo e vemos o Alentejo pelo filtro do mundo. Somos um coro de sons-palavras-imagens, temos uso para a sabedoria ancestral e para o agora do improviso, do instinto. Sabemos que o mar continua a planície, e vice-versa, um não existe sem o outro, são a mesma coisa.» – José Luís Peixoto

Direção, composição, arranjos, saxofone tenor Carlos Martins
Cante Alentejano Grupo Procante: Hugo Bentes, Pedro Calado, Francisco Pestana, Luís Aleixo, Carlos Franco Nobre, Moisés Moura, Luís Soares, Francisco Bentes

Músicos
Voz Manuel Linhares
Bateria Alexandre Frazão
Contrabaixo Carlos Barretto
Piano e Sintetizador João Bernardo
Violoncelo e efeitos Joana Guerra
Clarinete Baixo e efeitos Paulo Bernardino

Convidados
Piano João Paulo Esteves da Silva
Guitarra André Fernandes
Acordeão João Barradas 
Letras José Luís Peixoto e Carlos Martins
Fotografia José Manuel Rodrigues
Desenho de Som André Tavares
Desenho de luz Pedro Leston

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Fonte: AgendaLX
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