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Música

Teresa da Palma Pereira interpreta “a água como refúgio” em recital de piano na Figueira da Foz

A pianista lisboeta Teresa da Palma Pereira apresenta na Figueira da Foz composições do século XIX, de Liszt, Chopin, Tchaikovsky, Albéniz e Rimsky-Korsakov. No dia 28 de abril, a pianista leva a palco peças dedicadas à água como refúgio e superação.

28 Abr 2024  |  17h00

Auditório Madalena Biscaia Perdigão
Rua Calouste Gulbenkian 3080-084 Figueira da Foz
A água e as emoções associadas ao imaginário popular são o mote do recital de piano que Teresa da Palma Pereira vai levar à Figueira da Foz este domingo, 28 de abril. Um ano volvido sobre a homenagem prestada à personalidade ímpar de Madalena de Azeredo Perdigão, por ocasião do centésimo aniversário do seu nascimento, a Figueira da Foz volta a acolher um recital da pianista lisboeta em que esta interpreta a “água como refúgio e superação” e as “emoções do corpo que dança e sobrevive”.

O programa da pianista está divido em dois atos: um primeiro ligado ao romantismo, com composições de Chopin e Liszt; e uma segunda parte inspirada na dança, com composições do bailado russo de Tchaikovsky e Rimsky-Korsakov, e do espanhol Albéniz, ligado ao flamenco. “É como se o público visse dois recitais num só”, resume Teresa da Palma Pereira. O novo programa de Teresa da Palma Pereira sobe ao palco do Auditório Madalena Biscaia Perdigão, no dia 28 de abril, pelas 17:00.

O recital começa com a Consolação n.º 1 de Liszt, “num breve momento de pura expressão e improvisação, emoção contida e sem palavras”. Segue-se a obra de Liszt do primeiro caderno de “Les Années de Pélegrinage” inspirado no poeta Byron: “Teu lago contrastante / Com o mundo selvagem em que habito é uma coisa / Que me avisa, com sua quietude, para abandonar / as águas turbulentas da Terra por uma fonte mais pura”. Esta composição reflete o refúgio na água e nos seus sons profundos a que Marie d’Agoult – que acompanhou Liszt – se referia quando afirma que “as margens do lago de Wallenstadt mantiveram-nos por muito tempo. Franz escreveu ali, para mim, uma harmonia melancólica, imitando o suspiro das ondas e a cadência dos remos, que nunca consegui ouvir sem chorar”.

Seguem-se os contornos aquáticos nos Noturnos de Chopin: “Sendo das obras para piano mais amadas do público, a fluidez, a constância e a suavidade de uma mão esquerda construída sobre um padrão que se repete continuamente, suporta o lirismo e a expressividade intimista da mão direita, num ritmo que se assemelha ao da água”, afirma Teresa da Palma Pereira. A primeira parte do recital regressa a Liszt, de novo com a ligação entre as águas e o desejo de superação das limitações e obstáculos do mundo humano, as águas ora calmas ora tenebrosas e agitadas e o sagrado, na “Lenda de São Francisco de Paula Caminhando sobre as Ondas”.

“A segunda parte do recital continua com uma estética pictórica, mas as peças evocam a cor dos cantos e danças da Andaluzia”, com os “Rumores de la caleta” e “Malageña” de Albéniz, ambas reminiscentes da sonoridade flamenca da cidade marítima de Málaga, afirma Teresa da Palma Pereira.

Segue-se Tchaikowsky, com dois excertos de duas das suas obras mais célebres: o “Pas de Deux” de “Quebra-Nozes”, “uma melodia apaixonada que marca o ponto alto de um dos mais adorados ballets de todos os tempos”; e o “Adágio” de “A Bela Adormecida”, uma “obra de êxtase”. O programa culmina com o andamento final da suite Sherezade op. 35 de Rimisky-Korsakov, transcrita para piano por Paul Gilson. “Esta peça destaca-se pela assumida grandiosidade sinfónica e pelo caraterístico ritmo de tarantela”, afirma a pianista. Mais uma vez, a água é, aqui, evocada. “Na agitação das águas, exprime-se a superação de Scherezade, que afinal sobrevive pela força também vital das suas histórias e das emoções que suscita”.

Teresa da Palma Pereira é uma pianista galardoada em Portugal e no estrangeiro. Ficou em primeiro lugar no Concurso Internacional Maria Campina, obteve a segunda posição e a menção especial do júri no Concurso Internacional Princesa Lalla Meryem. Ganhou o prémio do Koninklijk Conservatorium, em Bruxelas, o que lhe permitiu atuar como solista com a Orquestra da Câmara de Bruxelas. Conta com cinco CD's editados. Atualmente é diretora artística da Academia de Música Flor da Murta, com sede em Paço de Arcos, e, desde 2018, do Festival Internacional de Piano de Oeiras.
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