"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Conferências

III Colóquio "Diálogos em Marvão"

A comemoração da importante efeméride da Revolução dos Cravos em 1974, na passagem dos seus 50 anos, é o tema que nos traz aqui reunidos à Academia Marvão situada na Quinta dos Olhos d’ Água.

10 Mai 2024  |  10h00

Quinta dos Olhos d’Água
Estr. da Calçadinha 5, 7330, São Salvador da Aramenha
Preço
Entrada livre

Na história recente de Portugal, ao implicar o colapso de um regime político que durou 48 anos, este período decisivo iniciado a partir da madrugada do 25 de Abril de 1974, deixou marca profunda na sociedade portuguesa. Em consequência, a viragem do regime governativo com novos dirigentes e o fim da guerra colonial trouxeram consequências e transformações radicais à sociedade portuguesa nas esferas da vida social, política, económica, cultural, intelectual, artística, educativa, militar, diplomática e legislativa.

Na segunda parte da década de 70 do século passado, a cena portuguesa esteve repleta de manifestações e de acontecimentos políticos variados que abalaram as estruturas ancestrais estabelecidas com repercussões na ‘pequena’ e na ‘grande’ História, assistindo-se a reformas, a conflitos sociais, golpes, conspirações, dissidências e disputas entre os partidos, alguns oriundos da Oposição Democrática e outros formados a partir do 25 de Abril, acompanhados da ideia de  pluralidade democrática e da apresentação de novos protagonistas no espaço público e no espaço político.

Através das perspetivas de oito intelectuais que celebram este cinquentenário, a terceira edição dos Diálogos em Marvão traz para o palco alguns dos debates das artes, da história, da música, da filosofia e da condição feminina.  Até ao 25 de Abril, o patriarcado reinava sem limites em Portugal e a clivagem das feministas portuguesas eram toleradas com muita dificuldade. Com a revolução, as instituições foram mudando e assistiu-se a uma mutação radical na forma de encarar as mulheres e as famílias. Com a Revolução dos Cravos, uma nova visão da condição feminina começou a surgir com as mulheres – até aí esquecidas e subestimadas – a procurarem fugir aos estereótipos e aos códigos, lutando pela igualdade de género. Mas, passados 50 anos, a influência e o poder das mulheres portuguesas continuam limitados e há ainda a percorrer um longo caminho.

Com a criação do Festival Internacional de Música de Marvão (FIMM), a vila de Marvão surgiu em 2014 como uma encruzilhada espacial e temporal, inscrevendo-se na região do Alto Alentejo com uma configuração que começou por ser a de um festival musical com os seus tempos próprios e que, ao longo de dez edições, foi inventando novos formatos e novas linguagens, dilatando os efeitos da nova paisagem musical ao longo de vários meses, através também da criação da Academia Marvão (Marvão Academy) transformada num dinâmico polo de atividades culturais.

Com a primeira edição em 2022 do evento batizado como Diálogos em Marvão, mais uma pequena ‘capela’ se abriu no ‘mosteiro’ musical do FIMM que continua em expansão desde a sua fundação há 10 anos. Em Maio de 2022, assistiu-se à criação deste evento ligado à esfera das ideias desde a sua primeira edição, trazendo à vila alentejana intelectuais que partilharam com a assistência a sua paixão por conceitos, teorias, perspetivas e polémicas.

No sopé da serra e junto às ruínas romanas, a Quinta dos Olhos d’Água acolhe agora um seminário de ideias, o local ideal para o público assistir e participar na magia das palavras dos conferencistas. Sempre foram as palavras e as narrativas que conseguiram operar as mudanças que as sociedades exigiram. A linguagem transforma o mundo e, sobretudo, a maneira de pensar e de ver o mundo.

Em 10 de maio de 2024, serão oito os intelectuais reunidos em Marvão para debater e argumentar sobre temas ligados à Política, à História, Artes, Música e Filosofia. Trata-se de uma ocasião para o encontro entre intelectuais do panorama cultural português e brasileiro – quatro historiadores, uma musicóloga, um filósofo, um politólogo e um artista plástico – convocados agora para um painel de diálogos, troca de ideias e jogo com perceções diferentes. O projeto tem o propósito de criar um espaço de aprofundamento para das observações, experiências e investigações, aproximando o público da reflexão histórica, política, filosófica e artística. Com entrada livre, a assistência poderá acompanhar os intelectuais convidados para a terceira edição dos Diálogos em Marvão. 

Ana Rocha, curadora 

Programa 10 de maio, 6ª feira

10H00 - Domingos Bucho – Portalegre há 50 anos, uma forma desnecessária de medir se valeu a pena a liberdade.
10H30 - Rui Baldaque Romão – De meio em meio século.
11H00  Pausa
11H30 - Inês Thomas Almeida – A ação de Madalena Azeredo Perdigão antes e depois do 25 de Abri de 1974.
12H15 - Laura de Mello e Souza – Exilados portugueses no Brasil, c. 1950-1974: reminiscências.
12H45  Pausa
15H00 - Luísa Soares de Oliveira – Arte e Revolução.
15H45 - Elísio Summavielle – A Liberdade; ontem e hoje.
16H30 – Pausa
17H00 - Renato Lessa – Os cravos de ultramar, nossas agruras então presentes e nossas esperanças: visões desde o Brasil de 1974.
17H45 - Pedro Calapez – Flashback, Momentos do fazer na minha obra plástica.
18H45 - Debate. Encerramento.

>> Mais informações

Agenda
Teatro

As insubmissas

Cantina Velha (Universidade de Lisboa) 20 Mai 2024  |  19h00

Ver mais eventos

Passatempos

Visitas
92,164,172