A abrir o programa, o Choral nº 2 de César Franck mergulha-nos no lirismo e na espiritualidade do romantismo francês, com melodias amplas e harmonias envolventes. Segue-se o Prelúdio e Fuga em Lá menor, BWV 543 de Johann Sebastian Bach, onde a clareza contrapontística e o rigor formal do barroco alemão se revelam em toda a sua plenitude.
Contrastando com a linguagem de Bach, o Prelúdio e Fuga em Fá menor, Op. 7 nº 2 de Marcel Dupré traz a força expressiva e a modernidade do século XX. Aqui, a fuga mantém a tradição da forma, mas é inserida num contexto harmónico mais ousado, com grande riqueza tímbrica e refletindo a evolução do órgão e da sua escrita desde a época barroca até ao pós-romantismo francês.
O concerto encerra com dois andamentos da Sinfonia nº 6 de Charles-Marie Widor: o sereno Adagio e o elegante Intermezzo, onde o órgão assume uma dimensão quase orquestral, evocando a escola sinfónica francesa de órgão.
Um programa que cruza épocas e estilos, revelando a impressionante versatilidade e riqueza expressiva do órgão.

PROGRAMA

C. Franck (1822-1890)
Choral no.2

J. S. Bach (1685-1750)
Prelúdio e fuga em lá menor BWV 543

M. Dupré (1886-1971)
Prelúdio e fuga em fá menor op.7 no.2

C. M. Widor (1844-1937)
Sinfonia no.6:
II. Adagio
III. Intermezzo