Exposições
Espuma, Ruído e Atonia (2020 - 2025)
Na arte existe a superfície e o resto. Como nos perfis geológicos quando a Terra esconde o que tem dentro da crosta. Paulo Romão Brás procura com exactidão esse ponto de contacto entre o visível e o invisível, entre o que é presente e estamos agora a olhar e o que vai sendo transformado, geologicamente, pela memória

22 Mai 2025 | 18h30
Artista Paulo Romão Brás
Inauguração - 22 maio (5ªf) às 18:30
Patente | 23 maio > 20 junho_2025
(…) A obra de Paulo Romão Brás contraria essa vacuidade temporal, surgindo como se de um pêndulo a oscilar se tratasse, sistematicamente, entre a sombra que surge da profundidade da fotografia rasurada e o brilho definido pela cor solar. Os limites de um recorte planificado a duas dimensões, por uma colagem imposta pelas matérias física e digital. Penumbra e contorno, sombra e colorido, balançando com o pêndulo do relógio de parede exposto na sala. (…)
Com Espuma, Ruído e Atonia, Paulo Romão Brás não pretende quebrar o vidro do relógio, antes convidar-nos a relembrar um tempo em que o artista e sua arte estiveram confinados. epidemiologicamente, clinicamente. Um tempo em que o tempo ficou sem estrutura, parado, mas onde a função do homem como artista esteve a cargo do mundo que o envolve, por sistema. Ou seja, pela ética, ou melhor pela respectiva linguagem comum, a que se pode chamar: Estética.
texto: João Eduardo Ferreira