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Exposições

Irreparável, de Júlia Ventura

Júlia Ventura é uma artista plástica reconhecida internacionalmente, que vive em Portugal e nos Países Baixos. Ao longo da sua carreira, que se estende por cinco décadas, desenvolveu um dos mais impressivos corpos de trabalho no panorama artístico português. 

17 Mai a 3 Ago 2025

Lumiar Cité
Rua Tomás del Negro, 8A, 1750-105 Lisboa
Preço
Entrada livre
Para a sua exposição no espaço Lumiar Cité, Júlia Ventura desenvolveu uma instalação que, pela primeira vez, combina novos trabalhos fotográficos com aquilo que designa de “objetos de interesse”.

Na instalação Irreparável, a artista reúne diferentes grupos de trabalhos. Duas fotografias de grande formato situam-se na sua longa linha de exploração de filosofias visuais. Aqui, o seu desempenho em frente à câmara, através de um “eu” encenado, produz uma tensão que deriva da pretensão tradicional da fotografia de representar a realidade. Paradoxalmente, na sua performatividade excessiva, a artista aproxima-se do real através do abstrato.

Estas imagens são justapostas com outras captadas na Tunísia, país com o qual a artista mantém laços pessoais estreitos, e que têm um significado político-documental e autobiográfico. Este conjunto é contextualizado por 500 nomes de mulheres árabes listados em escrita árabe na entrada da exposição. Aplicados pela artista na fachada de vidro virada para a rua, os signos, que a artista não traduz, permanecem formas abstratas.

Do lado de fora da galeria, o texto em árabe pode ser lido da direita para a esquerda (ou, como é habitual nas línguas ocidentais, da esquerda para a direita), enquanto no interior os nomes formam uma imagem em espelho. Esta dupla perspetiva é reforçada por um espelho que “corrige” o texto para os visitantes no interior do espaço, sem que necessariamente o torne compreensível. O ajuste de perspetiva produzido pela artista sublinha o foco da sua obra nos significantes, onde estes, que são expressão, se tornam significado, que é conteúdo.

A sua complexa negociação filosófico-autobiográfica dos fenómenos é combinada com “objetos de interesse” que, na sua suposta banalidade, operam por meio de uma tensão que acontece a partir da revelação da sua origem e do seu posicionamento aparentemente lacónico no espaço.

A exposição estará patente de 17 de maio a 3 de agosto.
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