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Exposição "Património em Rede: um peixe, uma comunidade, dois países"

O Auditório Municipal de Olhão recebe, de 31 de maio a 14 de junho, a exposição "Património em Rede: um peixe, uma comunidade, dois países", da autoria do fotojornalista Eduardo Martins. A inauguração terá lugar no dia 31 de maio, às 11h30.

31 Mai a 14 Jun 2025

Auditório Municipal de Olhão
R. Diogo de Mendonça Corte Real 1, 8700-232 Olhão
Esta exposição ganha um significado especial em Olhão, uma vez que o tema retrata uma realidade profundamente ligada ao concelho. É nesta cidade que, nos anos 90, uma empresa japonesa reintroduz a pesca do atum-rabilho na costa algarvia, após duas décadas de interregno. A atividade, outrora extinta, renasce com a fusão entre as técnicas das tradicionais armações portuguesas e os métodos modernos nipónicos — um cruzamento cultural que transforma Olhão num elo vital entre o Algarve e o Japão.

As fotografias de Eduardo Martins mergulham nesse universo, acompanhando a trajetória deste valioso peixe atlântico e das comunidades que dele dependem, mostrando como o conhecimento ancestral local se reinventa no contexto da globalização. Depois de passar pelo Museu Marítimo de Ílhavo, a exposição chega agora a Olhão — lugar-chave desta história — convidando o público a refletir sobre um património que é simultaneamente local, atlântico e global.
Uma das imagens em destaque na exposição recorre ao Arquivo do Arraial Ferreira Neto, em Tavira - uma das últimas armações tradicionais de pesca do atum no Algarve, hoje transformada em unidade hoteleira – com uma fotografia do último atum pescado em 1972. A recuperação desta prática deve-se, em parte, a uma visita do então primeiro-ministro Mário Soares ao Japão, que levou os investidores nipónicos a apostar na pesca do atum no Algarve, em vez da criação de camarão no Tejo.

A técnica híbrida desenvolvida combina armações algarvias, redes japonesas e um método inovador de abate, utilizando uma cana de bambu com uma bala metálica, que garante a morte instantânea do peixe. Embora os pescadores sejam locais e a atividade seja bem remunerada, a maior parte do atum capturado segue diretamente para o Japão, onde atinge preços astronómicos nos leilões de sushi e sashimi. No Algarve, o consumo deste peixe é residual, ficando praticamente restrito ao bife de atum.

"Património em Rede: um peixe, uma comunidade, dois países" é uma oportunidade única para explorar a riqueza cultural e histórica da pesca do atum-rabilho, refletindo sobre as transformações e desafios desta prática no mundo contemporâneo.
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