Após a Revolução de 25 de Abril de 1974 e durante o processo de descolonização, cerca de um milhão de pessoas foram deslocadas subitamente para Portugal. Mas o que pensam hoje os jovens de então ao passarem por aquela transição abrupta, após a independência?

Explorando as suas narrativas, a autora dá voz a uma população única – as crianças e os jovens que constituem a segunda geração de Deslocados – os filhos dos “retornados» de Moçambique”. Ao partilharem as suas histórias, proporcionam uma visão vívida de quem passou por aquela mudança drástica e contribuem para um legado para as gerações futuras.

Partilham histórias factuais de quem passou por aquela mudança drástica, porque a História “oficial”, em constante construção, emerge dos documentos, registos, ofícios, mas também dos testemunhos. As palavras, memórias e reflexões ressaltam dos seus diálogos, em busca de quem as guarde e as coloque na cronologia do tempo. Esta obra mergulha profundamente na experiência humana de quem se viu arrancado à sua terra e forçado a enfrentar uma sociedade “desconhecida”, no pós-25 de Abril de 1974, em Portugal.

Dina Gaspar nasceu em Nampula, Moçambique, de onde viajou para Portugal em janeiro de 1976, em pleno processo de descolonização e independência daquele país. Licenciou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa em 1980. Exerce atividade clínica na região do Algarve, como especialista de Medicina Geral e Familiar. É doutorada em Psicologia pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, instituição onde lecionou medicina até 2024.  

A apresentação da obra estará a cargo de Analita dos Santos e David Roque. A entrada é livre.