MAPS 2025 regressa em julho e promete transformar Setúbal num palco de liberdade, diversidade e cidadania.

Setúbal acolhe, entre 10 e 19 de julho, a sétima edição da Mostra de Artes Performativas em Setúbal (MAPS 2025), iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Setúbal, que este ano se apresenta sob o mote da “Diversidade”. Durante dez dias, a cidade transforma-se num grande palco dedicado à liberdade, à criação artística e à participação comunitária, com uma programação que afirma a arte como instrumento de cidadania e transformação social.

O programa integra espetáculos, performances, instalações, percursos performativos, exposições e experiências imersivas, com uma maioria de propostas de entrada gratuita, sujeitas a reserva prévia, reforçando o compromisso com o acesso democrático à cultura.

MAPS 2025 é mais do que um evento cultural: “É um grito coletivo pela liberdade de ser, de criar e de existir, em todas as formas, línguas, corpos e culturas”. Cada espetáculo, afirma, “é também um ato de cidadania, cada gesto um manifesto de liberdade, cada encontro uma celebração da diferença”.

A programação deste ano destaca-se pela pluralidade de linguagens artísticas e temáticas. A abertura faz-se com “Movimentos Pendulares”, uma instalação sonora e performativa com atuação de Elianyuri e Celino, dirigida artisticamente pela FoME -Associação Cultural, que terá lugar na Casa Bocage.

No Museu de Setúbal, com direção da BoCA – Biennial of Contemporary Arts, o artista Gabriel Chaile apresenta “Alcindo Monteiro”, uma instalação em homenagem ao jovem português com origens cabo-verdianas assassinado num crime racista em 1995, que se tornou num símbolo da luta anti-racista. A obra será acompanhada de ativações comunitárias em torno de uma escultura-forno, nos dias 11 e 13 de julho. Ainda sob a curadoria da BoCA, a Gráfica - Centro de Criação Artística recebe a performance-instalação “Terra Cobre”, de João Pais Filipe e Marco da Silva Ferreira, que cruza dança e percussão com a tradição chocalheira portuguesa.

A peça “Na boca do Tubarão”, do Teatro do Imigrante, será apresentada a 11 de julho na União Setubalense, abordando temas de migração, exclusão e resistência. Já o projeto PO.VOAR terá lugar nos bairros do Troino, Fontenova, Arronches Junqueiro e ruas paralelas, com os percursos performativos “Trilhos de Memórias” e “Sem Muros Nem Ameias”, criados a partir das vivências e memórias dos moradores. Este último integra também o encerramento da mostra, no dia 19.

No dia 12 de julho, o Fórum Municipal Luísa Todi acolhe “Terminal (O Estado do Mundo)”, espetáculo da companhia Formiga Atómica, com encenação de Miguel Fragata e música ao vivo de Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves. A peça resulta de uma residência artística que passou por várias cidades, incluindo Setúbal, que explora a crise climática.

O programa estende-se ainda aos espaços verdes da cidade. No dia 13, o Jardim do Bonfim acolhe o Mini-Maps, com jogos e brincadeiras artesanais e sustentáveis. No mesmo dia, Catarina Requeijo apresenta “Não há duas sem três” e Graça Ochoa leva a cena “A galinha da minha vizinha”, uma produção da Circolando.

No dia 14, será exibido o documentário “Caleidoscópio em construção: estórias de um encontro”, de João Bordeira, às 21h00 no Fórum Luísa Todi. O filme retrata um processo artístico intergeracional com moradores de bairros da cidade. Já no dia 18, o projeto Setúbal ACT & ECO apresenta o Passeio Sensorial “Na Pele do Outro” e a “Biblioteca Humana” na Praça de Bocage, duas experiências imersivas que convidam à escuta ativa e ao exercício da empatia.

No dia 18 de julho, pelas 21h30, A Gráfica recebe o espetáculo “Entre o Sonho e a Realidade Onde Me Sento”, uma instalação-performativa de PINY que cruza dança, palavra e memória. Nesta criação intimista, a artista parte da sua própria experiência e da voz da sua mãe para explorar questões de identidade, maternidade, colonialismo e ancestralidade feminina. A performance convida o público a deixar por escrito um sonho e a levar consigo uma parte da realidade, numa reflexão poética e coletiva sobre o lugar que cada corpo ocupa entre o que se imagina e o que se vive.

O encerramento do MAPS 2025, no dia 19 de julho, será assinalado com diversas apresentações no centro histórico. Entre elas, “Jardim Humano”, da Associação Setúbal Voz, que cruza grandes árias de ópera com histórias de vida reais de pessoas em situação de sem-abrigo. No mesmo dia terão lugar os projetos “Sem Muros Nem Ameias”, “Palavras que Ferem VS Palavras que Curam”, “Restos de Oblação” e “Ensaio para a Humanidade”, todos com uma forte componente de intervenção social e comunitária.

Mais informações sobre a programação, locais e reservas estão disponíveis nas redes sociais do Centro de Criação Artística – A Gráfica ou através do e-mail maps@mun-setubal.pt.