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Música

Concerto Ludovice Ensemble

Ph. Telemann (1681-1767) foi um dos maiores mestres do Barroco alemão, autor de uma obra incontornável, não só a nível artístico, mas também pedagógico.

3 Out 2025  |  11h38

Museu Medeiros e Almeida
Rua Rosa Araújo, 41. 1250-194 Lisboa
Preço
Entrada livre
Compôs uma vastíssima obra, incluindo composições a solo, de câmara e de orquestra, para todos os instrumentos do seu tempo, para além de uma extensa quantidade de música vocal sacra — paixões, oratórios, motetos, missas — e de música dramática, sobretudo óperas. De uma qualidade sempre impressionante, destina-se a todos os níveis de dificuldade técnica e interpretativa, desde obras muito simples, adequadas a iniciantes e amadores, até obras de grande complexidade e profundidade. Telemann distingue-se pela sua fervorosa paixão pela música francesa, a sua intuitiva absorção do gosto italiano, o seu contributo para a criação do estilo alemão, a sua apreciação e valorização do folclore eslavo, a sua relação privilegiada com colegas como Bach e Handel, teóricos como Mattheson e Quantz, ou intérpretes como Pisendel, Buffardin, e Richter, mas também pela sua atividade como empresário, organizador de concertos e até impressor/editor musical, bem como pela sua abertura e curiosidade em relação às diferentes culturas, manifesta até na sua peça orquestral intitulada «Les Portugais»!

A sua fama ultrapassava fronteiras e foi seguramente um dos músicos mais famosos do seu tempo. Ao redor de 1730 foi convidado por quatro eminentes músicos franceses — o flautista Michel Blavet, o violinista Jean-Pierre Guignon, o gambista Jean-Baptiste Forqueray e o enigmático violoncelista «Prince Édouard» — a visitar Paris. A viagem só se concretizou em 1737, mas Telemann foi finalmente recebido na capital francesa como uma grande estrela, com concertos e banquetes em sua homenagem. Foi em preparação para esta visita (e para estes quatro músicos) que Telemann compôs o seu primeiro conjunto de seis quartetos parisienses, que publicou em Hamburgo sob o título Quadri a violino, flauto traversiere, viola da gamba o violoncelo, e fondamento […], em 1730. Antecipando a sua chegada, o editor parisiense Le Clerc reimprimiu-os em 1736, com o título Six quatuors a violon, flute, viole ou violoncelle et basse continue. Entretanto, Telemann compôs um segundo conjunto de seis quartetos, igualmente impressos por Le Clerc, em 1738, durante a sua visita a Paris, sob o título Nouveaux quatuors en six suites: à une flûte traversiere, un violon, une basse de viole, où violoncel, et basse continuë. A totalidade dos doze quartetos foi tocada durante a visita do compositor, pelos quatro músicos que o convidaram, acompanhados muito provavelmente pelo próprio Telemann, ao cravo.

O Ludovice Ensemble é um grupo especializado na interpretação de Música Antiga, sediado em Lisboa e criado em 2004 por Fernando Miguel Jalôto e Joana Amorim, com o objetivo de divulgar o repertório de câmara vocal e instrumental dos séculos XVII e XVIII, através de interpretações historicamente informadas e usando instrumentos antigos. O nome do grupo homenageia o arquiteto e ourives alemão Johann Friedrich Ludwig (1673-1752), conhecido em Portugal como Ludovice. O grupo trabalha regularmente com os melhores intérpretes portugueses especializados e também com prestigiados artistas estrangeiros. O Ludovice Ensemble apresentou-se em Portugal nos principais festivais nacionais e é uma presença regular nas duas principais salas de Lisboa: o CCB e a Fundação Gulbenkian. Apresentou-se no estrangeiro, nos mais prestigiantes festivais de música antiga, em Espanha, Bélgica, Países Baixos, França, República Checa, Israel, Irlanda e Estónia. Gravou para a RDP-Antena 2, a Rádio Nacional Checa e a Rádio Nacional da Estónia, bem como para o canal de televisão francês MEZZO. É membro do REMA — Réseau Européen de Musique Ancienne. O seu primeiro CD, para a Ramée/Outhere, foi nomeado em 2013 para os prestigiados prémios ICMA, na categoria de Barroco Vocal, e eleito pela revista Diapason como uma das 10 melhores gravações de cantatas francesas barrocas. Em 2020, lançou um álbum duplo com 6 sonatas inéditas dos dois irmãos Graun, pela editora inglesa Veterum Musica; e em 2023, outro duplo CD com obras de câmara da família Avondano, para o MPMP. Do seu trabalho, destacam-se: Vésperas de Nossa Senhora de 1610 de Monteverdi; Idylle sur la paix de Racine/Lully; Le Bourgeois Gentilhomme de Molière/Lully; Les Arts Florissants de Charpentier; Cain ovvero il primo omicidio de Scarlatti; Timão de Atenas de Shakespeare/Purcell, em colaboração com o Teatro Praga; La liberazione di Ruggiero dall’isola d’Alcina de Francesca Caccini, em colaboração com o Huelgas Ensemble. Entre 2021 e 2024, realizou em Aveiro três edições da Academia Ludovice, um inovador festival e curso de Verão dedicado às práticas históricas interpretativas da música, dança e teatro barrocos. Em 2025, apresenta concertos no Festival Around Classic de Lisboa (integral da Oferenda Musical de Bach); Festival Estoril-Lisboa (obras de Charpentier, Lully e Lorenzani para mosteiros de Paris); Auditório de Espinho (Quartetos de Paris de Telemann); Festival de Órgão da Madeira (obras de freiras compositoras do Norte de Itália); Cuenca, em Espanha (Música de Natal na Capela Real de Lisboa) e no Festival de Órgão do Algarve (obras de Bach para flauta e órgão e um concerto comemorativo dos 300 anos da morte de Alessandro Scarlatti).

Telemann: Quartetos de Paris
Sexta-feira, 3 de outubro, às 18h30
Museu Medeiros e Almeida – Sala do Lago
R. Mouzinho da Silveira 4, 1250-194 Lisboa
Entrada livre
Abertura de portas: 18h
Duração: cerca de 1h30

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