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Temps d'Images 2025 - Segundo Momento parte das raízes para que haja futuro
Teatro, cinema, performance e instalação são as propostas do Segundo Momento da 23.ª edição do Temps d’Images, de 11 a 26 de outubro, que apresenta ainda, em Lisboa, um Estaleiro, com José André e Patrícia Portela, e uma retrospetiva do trabalho de Miguel Bonneville.

11 Out a 26 Out 2025
De 2004 a 2023, Miguel Bonneville construiu uma obra que atravessa fronteiras entre a videoarte, o cinema experimental, a performance e o videoclip. Esta retrospetiva reúne, pela primeira vez, trabalhos realizados ao longo de quase duas décadas, incluindo peças inéditas, revelando a persistência de um olhar irónico, íntimo e político.
Sentiste a minha falta? atravessa o Segundo Momento e é dedicado ao trabalho deste artista que o Temps d’Images apresentou quase ininterruptamente entre 2008 e 2021. Em co-produção com o Teatro Praga, Sentiste a minha falta? inclui a revisitação de três das performances de Miguel Bonneville por elementos do Teatro Praga, uma mostra de vídeos e uma conferência-performance.
A Retrospetiva Vídeo inaugura a 11 de outubro, entre as 18h e as 21h, no Duplacena 77, e está em exibição de 14 a 18 e 21 a 25 de outubro, das 16h às 20h. Também na Duplacena 77, a Conferência Performance cabeça fantasma e o resto do corpo também, apresenta-se a 21 de outubro, às 19h.
Na Rua das Gaivotas 6 o programa Sentiste a minha falta? apresenta a Performance Teatro Praga, que revisita três das performances de Miguel Bonneville, reinterpretadas por elementos da companhia. Cláudia Jardim, Diogo Bento e André e. Teodósio interpretam, respectivamente teatro #2, mb #6 de 2008 e mb #6 de 2018.
Estas performances, com a duração de cerca de uma hora cada, são apresentadas de 15 a 25 de outubro: quarta, quinta e sexta-feira às 20h. Aos sábados, as performances começam às 17h, e são as três apresentadas de seguida.
Mais programação do ciclo na Rua das Gaivotas 6 e Teatro Praga.
Depois do sucesso da retoma do projecto estaleiro na edição do ano passado, o Segundo Momento do Temps d’Images 2025 dá a conhecer a colaboração coletiva inédita entre José André, mestre dos efeitos especiais para cinema, e Patrícia Portela, escritora, dramaturga e criadora de diversos projectos transdisciplinares, na Appleton a 24 e 25 de outubro, às 19h.
A 13 de outubro, às 19h, no Cinema Ideal, o Temps d’Images apresenta uma sessão de cinema composta por três curtas-metragens dirigidas por jovens actores: em Salmão, Lúcia Pires funde documentário e ficção com humor ao relatar uma investigação científica absurda que tenta provar ser possível transformar um humano em peixe pelo poder da sugestão; João Pedro Mamede apresenta Noites Mais Fáceis, que estreou em Vila do Conde, que é passada num escritório nocturno onde se revelam complexas dinâmicas de poder entre colegas; e Pedro Baptista regressa ao Td’I para apresentar o seu primeiro filme, Êxtase, que reflecte sobre fé e religião e, sobretudo, sobre a dúvida que se pode instalar no quotidiano.
Entre outras coisas, a pereira e o real, obra de teatro de Sílvia Real e Miguel Pereira está na Black Box do Centro Cultural de Belém entre 16 e 17 de outubro, às 20h. Este espetáculo nasce do reencontro entre dois criadores com uma história partilhada, marcada pela cumplicidade e por uma inquietação comum face ao estado do mundo actual. Estreou em Abril no Teatro-Cine de Torres Vedras e no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, co-produtores do espectáculo.
Entre 16 e 18 e de 23 a 25 de outubro, das 16h às 20h, tem estreia absoluta no Desvio Galeria a exposição As Ondas, vídeo-instalação de João Cristóvão Leitão. Tomando o nome da obra de Virginia Woolf, João Cristóvão Leitão cria uma obra em que a percepção do tempo linear é abalada e o que é biográfico e ficcional confundem-se.
A 23.ª edição do Temps d’Images é igualmente uma oportunidade para ver em Lisboa a performance FLOWERS!, de Mafalda Banquart / silentparty, no Teatro do Bairro Alto, a 17 e 18 de outubro, às 19h30. A fixação da autora por Miley Cyrus é pretexto para explorar ideias de mudança e fluidez, dissolução do sujeito e limites de categorização e hierarquia.
Entre 22 e 24 de outubro as propostas são duas estreias absolutas. A primeira é a peça Je ne regrette rien de Teresa Coutinho, no Beato Innovation District a 22 e 23 de outubro, às 21h e reescreve a narrativa do mito de Pandora, sobre quem recai a responsabilidade pela origem do Mal, para encarnar uma mulher que se orgulha da sua escolha em desobedecer.
E a segunda estreia absoluta acontece a 23 e 24 de outubro, também às 21h, no CAL - Centro de Artes de Lisboa, onde Inês Garrido apresenta Conto apenas alegria para com a vida, uma performance instalação em que parte do falecimento da mãe e do espólio de imagens que esta deixou para construir um diálogo íntimo com a hereditariedade.
A 26 de outubro, a Festa de Encerramento da 23.ª edição do Temps d'Images acontece ao som da música do dj set de blacksugu, um duo de DJ/MC formado em 2007 por bonneville (aka blackbambi) e susana guardado (aka sugu), entre as 18h e as 22h, no Duplacena 77.