"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

O Arquiteto e o Imperador da Assíria

Nesta temporada, a Comuna não vos convida apenas a assistir a uma peça. Convida-vos a participar numa autópsia. Uma autópsia da nossa “civilização”, das nossas relações, das nossas próprias contradições.

23 Out a 14 Dez 2025

Teatro da Comuna
Praça de Espanha S/N, 1050-024 Lisboa

O Espelho Ainda Está Partido?

Há perguntas que o tempo não apaga. Pelo contrário, torna-as mais urgentes, mais afiadas. Em 1967, quando Fernando Arrabal escreveu “O Arquitecto e o Imperador da Assíria”, o mundo debatia-se com as suas próprias ruínas e reconstruções. A civilização questionava a sua própria definição, a barbárie espreitava sob o verniz do progresso, e a liberdade era uma miragem para muitos.

Soa familiar?

Hoje, mais de meio século depois, olhamos à nossa volta e a pergunta ecoa com uma força renovada: em que ilha deserta nos encontramos? Quem dita as regras do nosso mundo? Quem é o “civilizado” e quem é o “selvagem” numa sociedade que consome tudo, desde a natureza até à própria identidade?

A Comuna – Teatro de Pesquisa, fiel à sua missão de ser mais do que um palco, mas um laboratório do presente, regressa não com uma resposta, mas com a mais pertinente das provocações. Trazemos de volta este texto icónico de Arrabal porque a sua relevância não diminuiu. Pelo contrário, tornou-se viral.

O “Imperador” vive numa era digital que nos ensina a “falar”, a “pensar” e a “sentir” através de algoritmos. Enquanto o “Arquitecto” vive numa poética mágica.

A peça de Arrabal é o espelho grotesco e hilariante da nossa sociedade deteriorada: uma sociedade onde os jogos de poder são disfarçados de entretenimento.

O que acontece quando o mundo da razão choca com o mundo sensível? Quando o poder e a inocência trocam de máscara tantas vezes que já não sabemos quem é quem?

Nesta temporada, a Comuna não vos convida apenas a assistir a uma peça. Convida-vos a participar numa autópsia. Uma autópsia da nossa “civilização”, das nossas relações, das nossas próprias contradições. Porque o grande teatro, o teatro que investiga e que incomoda, não nos dá o conforto das respostas fáceis. Ele entrega-nos o bisturi e pergunta: “Onde dói mais?”

A cortina vai subir. E a ilha somos todos nós.

Bem-vindos a este espetáculo. Bem-vindos à Comuna.

Ficha Artística
Texto: 
Fernando Arrabal
Encenação e versão cénica: João Mota
Tradução: Luís Vasco 
Interpretação:
Francisco Pereira de Almeida
Rogério Vale 
Assistentes de Encenação:
Miguel Sermão  
Madalena Nestório (estagiária Escola Secundária D. Pedro V)
Desenho de Luz: Paulo Graça
Ambiente Sonoro e Sonoplastia: Hugo Franco
Cenografia: Renato Godinho | João Mota
Teasers: Jorge Albuquerque
Operador de Luz/Som: Hugo Franco | Bruno Simões
Técnicos de Montagem: Renato Godinho | Assunção Dias
Fotografia: Pedro Soares
Gabinete de Produção: Rosário Silva | Carlos Bernardo | Catarina Oliveira
Assistência Geral: Assunção Dias | Selma Meira | Julieta Lucas
Estagiário Técnica: Bruno Simões

>> Bilhetes

Fonte: AgendaLX
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