Processos de Integração
Convergências, cooperação e a comunidade dos países de língua portuguesa
Nos anos cinquenta do século XX o Tratado de Amizade e Consulta instaurou a Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa. Este esforço correspondeu a um anseio por parte das autoridades portuguesas em regenerar o poder e a autoridade de Portugal no seu espaço de influência cultural. Não foi possível mascarar o desrespeito da potência colonial para com os povos colonizados e tornou-se evidente que a Comunidade era, na prática, um instrumento de solidificação do Império. Aquando da II Grande Guerra, o alinhamento do Brasil junto dos Aliados constituiu uma tensão no seio da comunidade lusófona. O democrático Brasil tinha dificuldade em conviver numa Comunidade liderada por um país autocrático e imperial. Com a ditadura militar brasileira a ordem das coisas inverteu-se e um Brasil temeroso em relação aos movimentos de libertação nacionais – que operavam na América do Sul – alinhou-se à posição portuguesa. Com a Revolução dos Cravos e o reconhecimento da independência das ex-colónias a Comunidade reforçou-se num plano de igualdade e de reconhecimento entre estados autónomos. O processo de democratização do Brasil viu-se estimulado.