Política Mediterrânea
Islamismo e transição democrática no Mediterrâneo, por Salima Ghezali
O presente texto, elaborado como background paper para a XXI Conferência de Lisboa, estuda a experiência argelina, fazendo um balanço da crise política, 11 anos depois daquilo a que os argelinos chamam de “primavera democrática”, para contestar as políticas percursoras da luta antiterrorista no Iraque, com o pretexto – como é o caso da própria Argélia – da existência de correntes islâmicas radicais. Para este efeito, revê a história recente da Argélia, de falhanço de transição democrática perante uma estratégia de tensão levada a cabo por islamistas e conservadores no poder e da instrumentalização da “ameaça islamista” como justificação para a violação maciça dos direitos humanos, utilização de violência extrema, para o congelamento das liberdades e das reformas económicas.