Ordem Internacional e Multilateralismo

O impacte dos media sobre as reformas no Leste, por Alexandr A. Jebit

A informação, do ponto de vista sistemático, é indispensável para o desenvolvimento equilibrado das sociedades, sendo a sua recetividade determinante do grau de adaptação de qualquer sistema a um meio tanto orgânico como social. No entanto, no mundo dos media ainda continuam a vigorar dois conceitos tradicionais contraditórios: um baseado no conceito ocidental da imprensa livre, assente na premissa de que uma sociedade democrática necessita de cidadãos informados para o seu funcionamento; o outro baseado na conceção de informação politiza que faz supor que os meios de comunicação social constituem um recurso nacional e devem servir o processo de desenvolvimento interno. Conquanto, esta bipolaridade não dá conta do mundo multipolar atual. Daí a necessidade de um terceiro conceito de informação que extravase a problemática de cariz bipolarizado ou estritamente nacional, que ultrapasse os paradigmas de valores não coincidentes e que se apresente como fenómeno de valor neutral, comum a todos os Estados. Por conseguinte, o papel da informação reveste-se de uma importância crescentemente acentuada para o sistema das relações internacionais, ao qual se põe o problema da incompatibilidade entre a informação de caráter pluralista e a sua filtragem ideológica unidimensional. É neste contexto que o presente artigo se ocupa do impacto e filtragem dos media ocidentais sobre as reformas no Leste, isto é, das barreiras para a entrada livre da corrente da informação pluralista nas sociedades fechadas. Nesta perspetiva, o referido impacto é repartido em três facetas principais a serem abordadas: permeabilidade das fronteiras, mecanismos de legitimação, e o Glasnot e a reforma política.