Relações com EUA

Segurança: A Dupla Visão, por Álvaro de Vasconcelos

Partindo da premissa de que existe uma dupla ilusão no que diz respeito às expectativas e convicções, parte a parte, sobre as relações euro-americanas dos dois lados do atlântico, em grande medida decorrente do caráter verdadeiramente excecional das relações entre os dois países nos anos logo após a crise de 1974-75, o presente texto procura traçar um perfil das relações transatlânticas no domínio da segurança após a revolução portuguesa. O período decorrido entre o 25 de abril até à revisão do CEDN de 1994 no que diz respeito às relações com os Estados Unidos nas prioridades da política de defesa portuguesa pode, assim, diz-se ser dividido em três fases distintas: 1) neutralidade atlântica, que define o período imediatamente decorrente do fim da ditadura; 2) atlanticismo antitotalitário, que antecede o CEDN de 1986 e; 3) multilateralismo euro-atlântico, que se estende até ao período após a adesão á CEE e à implosão da União Soviética.